Estudantes do curso de Aplicativos em Jogos Digitais da Universidade Positivo: gostar de jogar não basta para ser um bom desenvolvedor de games.| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

O videogame pode ser a porta de entrada para uma profissão. Mas gostar de jogar não é suficiente para entrar nesse mercado. Muita gente está preferindo ir para o outro lado do processo e criando seus próprios games. Assim, eles encontraram uma forma de transformar o hobby em uma carreira que pode ser bastante lucrativa.

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E o crescimento desse mercado vem conquistando profissionais de diferentes áreas. Segundo o coordenador do curso de Jogos Digitais da PUCPR, Bruno Campagnolo, a multidisciplinaridade do setor atrai não apenas programadores, mas também artistas visuais, designers e músicos. Para ele, é muito difícil alguém que domine todas as áreas da produção e o segredo está em saber dialogar com esses diferentes setores.

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Outro ponto que chama a atenção é a facilidade de entrar no mercado graças à expansão dos dispositivos móveis. “ Os jogos mobile tornaram tudo mais acessível. É possível competir com as grandes empresas mesmo não sendo conhecido”, explica o responsável pelo curso de Aplicativos em Jogos Digitais da Universidade Positivo, Michael Pizzatto.

De acordo com ele, o perfil casual do jogador brasileiro faz com que as maiores oportunidades para os desenvolvedores estejam nos smartphones, principalmente pela facilidade de autopublicação e a possibilidade de vender em dólar. Contudo, Campagnolo relembra que esse formato também tem seus problemas. “Como a loja é muito grande, é muito difícil se destacar. Você é apenas mais um e depende de todo um trabalho de marketing para se diferenciar”, diz.

Do Brasil para o mundo

Mas o mercado não se resume apenas a jogos de celular . Mesmo sem a potência de países como Estados Unidos, Canadá e Japão, o Brasil já conta com vários estúdios espalhados pelo país, como as curitibanas Freddy Bear e Signum. E os salários podem ser bem atrativos. “Um profissional recém-formado pode ganhar entre R$ 1.200 e R$ 1.800, mas alguém bem qualificado consegue até R$ 4 mil em uma pequena ou média empresa”, revela Pizzatto.

Outra possibilidade é trabalhar no exterior. De acordo com Campagnolo, é comum que muitos desenvolvedores façam serviços para empresas estrangeiras e outros até se arriscam em uma carreira internacional. “O brasileiro é criativo e sabe se virar. Ele sabe encontrar soluções e é bem valorizado lá fora”, conta o professor, que destaca que um bom portfólio é o melhor caminho para qualquer criador de games.

A participação em eventos e concursos é outra maneira de entrar no mercado estrangeiro ou mesmo de conseguir visibilidade para o seu projeto. Segundo o organizador da Brasil Game Show, Marcelo Tavares, é muito comum que executivos das grandes companhias visitem essas feiras em busca de projetos locais. “No ano passado, o gerente do Xbox veio ao Brasil com esse objetivo e fechou vários acordos com produtores locais”, conta. Para ele, há um grande volume de empresas brasileiras começando a surgir e mostrando ao mundo o que está sendo feito aqui.

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