Na vida da estudante Kênya Gizelle da Silva Alves, de 25 anos, o que era para ser uma tímida mudança de poucos meses, já se transformou em uma mudança de quatro anos. Nascida em Cascavel, no Oeste do Paraná, mas desde pequena morando com a família em Curitiba, Kênya fez planos de passar três meses na Alemanha, para estudar a língua e acrescentar o curso ao diploma de Comissária de Bordo, em 2000. De lá para cá, já se passaram quatro anos e os parentes e amigos terão que esperar pelo menos mais quatro para revê-la. Isso porque parece que o seu "Käse" (queijo em alemão), ou parte dele, está lá.
"Eu acabei me interessando pela língua e fui ficando, quando conheci meu namorado", conta. Hoje, Kênya e Andreas Decker, um alemão de 30 anos nascido em Nürtingen, no sul do país, dividem um apartamento em Stuttgart. "Vim para o Brasil renovar o visto, ele veio atrás e perguntou se eu queria morar lá", recorda a estudante. Atualmente, Kênya faz faculdade de Linguística em Tübingen, próximo a Stuttgart, mas já se prepara para uma nova mudança em sua vida. "Vou tentar entrar na faculdade de Direito", diz. A estudante pretende atuar como advogada na Alemanha ainda por um tempo e depois retornar para Curitiba, fazer as adaptações necessárias e tentar uma oportunidade.
A idéia de mudar de país, mesmo que por pouco tempo, e a experiência de lidar com novas mentalidades e hábitos foi um desafio na vida da estudante. "Não senti muito medo de ir porque não estava sozinha, fui com a minha irmã, mas se tivesse que ir sozinha, talvez tivesse desistido". Hoje, Kênya não se arrepende das escolhas que fez. "Aprendi bastante coisa boa, porque aprendi uma nova língua e consegui aceitar ser eu mesma. No Brasil se vive muito de aparência e na Alemanha eles não dão tanto valor para a aparência e raça, e sim para a capacidade e força de vontade", relata.
Neste caso, Kênya diz que se indentifica com o duende Haw, do livro "Quem Mexeu no Meu Queijo?": aquele que aprende a se adaptar a tempo, quando percebe que a mudança leva a alguma coisa melhor. "Eu tinha uma visão ignorante da Alemanha, achava que eram todos nazistas, porque meu cunhado (que é alemão) passava outra imagem, já que ele conviveu com pessoas mais velhas que tinham uma mentalidade de Hittler. Mas eles são muito simpáticos, acolhedores e gostam de dar oportunidades", observa.
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