Os governos do Brasil e dos Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira, em Brasília, um acordo bilateral que vai permitir que mais brasileiros estudem em escolas técnicas americanas. O acordo, que dará também oportunidade para que estudantes americanos estudem no Brasil, foi divulgado em São Paulo, nesta quarta-feira, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e pela secretária de Educação dos EUA, Margaret Spellings.
A secretária americana disse que seu país reconhece a importância do Brasil no contexto latino-americano e por isso quer encorajar mais parcerias entre instituições privadas e públicas.
- Nós costumamos dizer que quando queremos vender devemos vender na língua do comprador e não ao contrário, que o comprador fale nossa língua - disse Margaret Spellings.
O ministro Fernando Haddad disse que o intercâmbio é uma oportunidade para ampliar o acesso à educação profissional, o que interessa também aos EUA.
- Esse intercâmbio com os EUA interessa ao estudante brasileiro, interessa também ao estudante americano porque nossa rede é muito conceituada fora do Brasil. Temos todo o interesse em ampliar as oportunidades de acesso à educação profissional, tanto quanto estamos fazendo na educação superior - disse, lembrando que os convênios são feitos pelas próprias universidades e escolas técnicas, o que dificulta a quantificação dos projetos: - Não temos tabulado porque não sai do orçamento do MEC; sai do orçamento das universidades e Cefets, nos seus acordos de cooperação.
De acordo com o ministro da Educação, o intercâmbio com os americanos para o ensino técnico prevê que dos atuais 15 brasileiros que vão estudar nos "comunity colleges", as vagas sejam ampliadas para 60 estudantes.
- Eram cerca de 15 alunos que iam para os 'comunity colleges' e nós vamos agora multiplicar por quatro esse número. A idéia é aumentar o intercâmbio na árrea da educação técnico-profissional - disse Haddad.
Ao lado da secretária, o subsecretário adjunto para programas acadêmicos, Thomas Farrell, disse que os EUA estão destinando US$ 75 milhões para projetos envolvendo estudantes em toda América Latina, combinando programas governamentais e filantrópicos. Margaret Spellings garantiu que problemas como o visto de permanência, comuns para estudantes brasileiros, estão sendo resolvidos.
Também presente ao almoço da secretária com o ministro brasileiro e sete diretores de universidades americanas, o embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, disse que o governo do seu país tem programas para destinar US$ 7 milhões na formação de "futuros líderes" brasileiros. Em entrevista coletiva, o ministro Fernando Haddad disse que o governo brasileiro está trabalhando na expansão do ensino profissional federal.
- Estamos preocupados em fazer uma expansão da rede profissional federal brasileira em um novo marco institucional. Temos que sair daquele desenho de pequenas instituições voltadas para si próprias sem interação com o arranjo produtivo local, com as comunidades locais. Isso porque nós vamos saltar de 140 unidades para 354.