Por causa dos focos de febre aftosa, as exportações de carne bovina brasileira em outubro caíram23% em relação a setembro e 14,4% sobre outubro de 2004. De acordo com os dados oficiais, as vendas para a União Européia(UE), principal cliente da carne brasileira, caíram 41,3% nas últimas semanas, para US$ 38,8 milhões em outubro.

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Desde que foram detectados focos de febre aftosa no Mato Grosso do Sul, pelo menos 47 países suspenderam a compra de carne bovina brasileira, um dos principais produtos de exportação do Brasil, com faturamento anual de cerca de US$ 3 bilhões.

O saldo total da balança comercial em outubro foi de US$ 3,686 bilhões, um recorde para o mês mas inferior aos US$ 4,328 bilhões registrados em setembro. O dado de outubro, divulgado nesta terça-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, resultou da diferença entre exportações de US$ 9,904 bilhões e importações de US$ 6,218 bilhões.

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Em outubro, na comparação com setembro, as exportações diminuíram 2,2% e as importações aumentaram 3,5%. Em relação a igual período de outubro do ano passado, os percentuais foram, respectivamente, de 12% e 6,5%% - ambos positivos.

Em outubro, no total geral da balança, tanto as exportações quanto as importações foram recordes. A média diária das vendas externas foi de US$ 495,2 milhões, a terceira maior do ano, superada apenas por julho e setembro. O superávit relativo à quinta semana do mês, que abrange apenas o dia 31, foi de US$ 190 milhões.

No acumulado do ano, a balança apresenta superávit de US$ 36,350 bilhões, montante que ultrapassou o saldo registrado em todo o ano passado, de US$ 33,664 bilhões. Em 2005, as exportações já somaram US$ 96,623 bilhões e as importações, US$ 60,273 bilhões.

Na opinião do vice-presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (AEB), José Augusto de Castro, os números apresentados pela balança comercial são positivos e não refletem, na sua totalidade, o impacto da febre aftosa sobre as exportações.

- Em novembro e dezembro, os números deverão mostrar esse impacto de forma mais intensa. Em outubro, quem ainda tinha estoques (de carne), exportou esses estoques - analisou.

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Segundo o dirigente, em outubro, a desaceleração nas vendas externas do país foi registrada de forma mais acentuada na quarta semana do mês em conseqüência, sobretudo, do acirramento da greve dos auditores fiscais da Receita. Mas, conforme frisou, os embargos à carne brasileira, decorrentes da descoberta dos focos da doença em Mato Grosso do Sul, contribuíram também para a redução do ritmo exportador.