O resultado negativo dos exames realizados pelo Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), que descarta a existência de focos da febre aftosa no Paraná, não deve ser suficiente para suspender os embargos internacionais à carne paranaense. O mercado nacional deve ser restabelecido de imediato, mas as exportações só voltarão à normalidade num prazo entre 3 e 6 meses. A informação é de Valmir Kowalewski de Souza, superintendente estadual do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que ontem participou de um evento sobre sanidade avícola, em Maringá, no Noroeste do estado.

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De acordo com reportagem de Giovani Ferreira, da Gazeta do Povo desta sexta-feira, a demora do ministério para divulgar o laudo de maneira oficial deverá contribuir para o retardo na retomada das exportações. Somente às 18 horas desta quinta-feira mais de 24 horas após a conclusão do laudo pelo Lanagro –, a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) recebeu cópia do relatório.

Para que o estado volte a ser declarado área livre de febre aftosa com vacinação, status estabelecido pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), o rebanho situado nas áreas onde surgiram as suspeitas da doença precisa ser submetido a novos exames sorológicos. Além da contraprova no gado dessas fazendas – localizadas nos municípios de Loanda, Grandes Rios, Amaporã e Maringá –, os animais das propriedades num raio de 10 quilômetros desses pontos também devem ser submetidos à sorologia.Os pecuaristas foram orientados a não vacinar o gado na segunda etapa de imunização, que se realiza entre 1.º e 20 deste mês. Caso algum produtor tenha vacinado, terá que informar esse procedimento no momento da coleta do material para exame. Isso é importante para a interpretação do diagnóstico. O resultado pode revelar se o vírus está presente, mas também apontar apenas uma reação dos anticorpos originários da vacina. As propriedades sujeitas aos exames sorológicos serão definidas por amostragem, por meio de sorteio. Trata-se de um exame qualitativo.O superintendente do Mapa explicou que, mais do que descartar a existência dos focos, é preciso mapear o episódio e esclarecer a situação que deu origem à suspeita. "Precisamos saber o que levou a confundir os sintomas e identificar se foi uma estomatite ou outra doença vesicular", disse Kowalewski, justificando a necessidade de monitoramento e a realização das contraprovas nas áreas consideradas de risco. Os prazos e procedimentos seguem normativas da OIE e a estimativa para que a situação das exportações volte ao normal em 3 meses é otimista. Esse período pode se estender por até 6 meses. Tudo vai depender das restrições e da confiança dos importadores, além da necessidade que eles terão de atender seu consumo interno com a carne brasileira. Como o Brasil está numa posição frágil como exportador, o superintendente do Mapa alerta que é preciso ficar atento para as questões práticas dessas barreiras. Ele disse que a condição de focos ou suspeitas de aftosa pode ser utilizada como pretexto para barreiras não só sanitárias, mas também comerciais.

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