A imposição de sobretaxas de até 60,29% nas importações de suco de laranja do Brasil, anunciadas nessa quarta-feira pelo governo dos Estados Unidos, foi um duro golpe contra as exportações brasileiras, segundo o presidente da Abecitrus, Ademerval Garcia. Segundo ele, ainda que provisória, a medida, somada à tarifa já existente de US$ 418 por tonelada, praticamente inviabiliza as vendas do produto ao mercado americano.

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Garcia destacou que as tarifas antidumping afetam os 20 mil produtores de laranja do país e terão também como conseqüência o aumento das dificuldades para a criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Ele destacou que o governo americano nada mais fez do que transferir para o produtor brasileiro os efeitos dos furacões que assolaram o estado da Flórida no ano passado.

- É uma medida para solucionar um problema pontual, que não existe mais - disse Garcia.

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A decisão de sobretaxar as importações de suco foi anunciada nesta quarta-feira pelo Departamento de Comércio dos Estados Unidos. A alegação para a cobrança dos impostos, que variam entre 24,62% e 60,29%, foi de prática desleal em processos de importação de suco de laranja do Brasil.

A maior taxa, de 60,29%, foi imposta às remessas da Montecitrus Indústria e Comércio Ltda; seguida pela Fischer Agroindústria com 31,04%, e a Sucocitrico Cutrale, de 24,62%, segundo informou o Departamento de Comércio.

O restante das companhias estará sujeita a um imposto antidumping de 27,16%, acrescentou o órgão do governo. O governo americano havia solicitado em dezembro do ano passado, uma investigação, após produtores do estado da Flórida acusarem as empresas brasileiras que vendem suco de laranja congelado - concentrado e não concentrado -, de práticas de comércio desleal, por efetuarem vendas com preços abaixo do custo de produção.