Mais uma notícia deve abalar a relação entre o Governo do Paraná e a União. O jornal "Valor" publicou nesta sexta-feira o depoimento de um dirigente do Ministério da Agricultura que afirma que existe a suspeita de que o estado teria fraudado as amostras enviadas ao laboratório oficial para a constatação se existe ou não aftosa no Paraná.
De acordo com a reportagem assinada pelos jornalistas Mauro Zanatta e Marli Lima, a suspeita de fraude é um dos motivos que estão atrasando o laudo oficial sobre a existência de febre aftosa no Paraná. O dirigente, que não teve o nome identificado na reportagem, afirmou ao jornal que justamente pelos testes feitos até agora terem dado resultados tão "limpos" há a desconfiança no Ministério que o estado tenha mandado "sangue de bezerros que sequer tinham idade para ser vacinados."
"Se não aparecerem as proteínas do vírus ou da vacina, ficará provada a fraude" disse o dirigente, que acompanha o episódio desde o anúncio da suspeita da aftosa.
A notícia da possível fraude vem um dia após o secretário da Agricultura em exercício, Newton Phol Ribas, ter afirmado que o Ministério teria sugerido, durante uma reunião realizada no dia 9 em Brasília, que o estado assumisse a existência da doença para que o Brasil reconquistasse a credibilidade junto ao Mercado Internacional, em virtude da grande demora nos resultados dos laudos.
Procurado na manhã desta sexta-feira, o governador em exercício e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, afirmou, por meio da assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu que deve se pronunciar nesta tarde a respeito das declarações de Ribas e sobre a notícia divulgado pelo "Valor" com a suspeita de fraude. Newton Phol Ribas e Orlando Pessuti se encontravam em viagem pelo interior do estado.
Oficialmente o Ministério da Agricultura, ainda segundo o jornal, nega a suspeita de fraude na coleta das amostras. Em nota oficial, a Ministério também nega que tenha feito a proposta ao secretário.