A Ford vai reajustar os preços dos carros a partir de 1º de dezembro. Ka, Fiesta e Eco Sport subirão 0,5%. O reajuste será de 1% no Mondeu, que custa atualmente R$ 105 mil. Este é o sexto aumento da Ford neste ano. O último ocorreu em setembro. Somente neste ano, a montadora reajustou os seus preços em 5,2% (não inclui o aumento que valerá a partir do mês que vem).

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A montadora informou que está repassando o aumento de custos que teve com a matéria-prima, principalmente o aço e o plástico, nos últimos anos. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o preço do aço subiu 138% desde 2002, contra alta de 62% nos carros neste mesmo período.

Sem contar o próximo reajuste, na tabela o Eco Sport 1.6 litro, bicombustível, custa R$ 46.850. O preço atual do Fiesta 1.0, básico, é R$ 28.470 e do Ka (modelo mais simples), R$ 23.230. De acordo com a montadoras, algumas concessionárias podem não repassar os preços aos consumidores, já que estão em uma grande campanha de publicidade para elevar as vendas de veículos.

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Os veículos Ford estão sendo vendidos nas concessionárias com entrada de R$ 1.000. A primeira parcela pode ser paga somente após o carnaval e a prestações podem ser divididas em até 60 meses.

Segundo a Federação Nacional dos Distribuidores de Veículos Automotores (Fenabrave), as vendas de veículos cresceram 14,25% na primeira quinzena de novembro, na comparação com o mesmo período de outubro. Foram comercializados em 15 dias 138.069 veículos. Desse total, 79.858 eram automóveis de passeio e comerciais leves (alta de 15,64% sobre a primeira quinzena de outubro).

A Ford não foi a única montadora a reajustar os preços neste mês. Na quarta-feira da semana passada, a Fiat anunciou aumentos de até 1,2%, também com a alegação de pressão nos custos de produção e por conta do reajuste salarial dos funcionários. Segundo a tabela, o Uno Mille, por exemplo, passou de R$ 20.340 (tabela de 6 de setembro) para R$ 20.590 (tabela de 14 de novembro). A Palio Weekend ELX, 1.4 Flex, quatro portas, que custava R$ 36.270, foi reajustada para R$ 36.560.

Os carros da General Motors tiveram reajuste de 1%, em média, no início do mês. O Celta 1.0, duas portas, passou de R$ 24.579 em setembro (último aumento) para R$ 24.702 no início de novembro. Já o Meriva 1.8, versão Joy, que custava R$ 43.103, passou para R$ 43.319. A montadora disse que o reajuste é apenas parcial, já que os custos da produção têm subido bem acima de 1% com o aumento nos preços dos componentes e dos salários dos metalúrgicos.

A Volkswagen ainda não anunciou aumento de preços neste mês. O último reajuste, de 1,5% em média, ocorreu em outubro. O Gol 1.0, duas portas, veículo mais barato da marca, passou a custar R$ 24.562. O preço do Fox 1.0, City, duas portas, foi para R$ 28.873. As concessionárias da marca também estão fazendo promoções para alavancar as vendas. As lojas vendendo carros sem entrada e com o IPVA grátis.

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Nesta terça-feira, a Anfavea divulgou nota sobre o acordo automotivo do Mercosul. De acordo com o comunicado, a indústria automobilística brasileira vê com preocupação sinais de radicalização e possibilidade de impasse nas negociações sobre o futuro do acordo. Segundo a entidade, isso levaria a um retrocesso nos avanços obtidos até agora nas relações comerciais e institucionais dentro do bloco, sobretudo com a Argentina.

- Para a Anfavea, as negociações sobre o futuro das relações de negócios do setor automotivo dentro do Bloco devem obedecer a caráter técnico, respeitando-se os conceitos e os princípios estabelecidos no acordo ora em vigor. A negação desses princípios poderá refletir nos futuros investimentos automotivos na região e na consolidação da indústria automotiva no Mercosul - diz o comunicado.

O setor automotivo é carro-chefe do comércio entre Brasil e Argentina, respondendo por 31% do comércio total entre os dois países, que em 2004 totalizou US$ 13 bilhões. Neste ano, de janeiro a setembro, as exportações automotivas brasileiras para a Argentina somaram US$ 2,6 bilhões, com crescimento de 28,5%. Por sua vez, o crescimento das exportações automotivas argentinas para o Brasil foi de 38,6% no período, chegando a US$ 825 milhões, expansão esta superior ao próprio crescimento do mercado interno argentino (31%) e também maior que a expansão das exportações brasileiras do setor para aquele país.