O polêmico tema que levará os brasileiros às urnas no domingo para decidir pela proibição ou não do comércio de armas no país não despertou a participação da classe política. Apesar da badalada criação das duas frentes parlamentares contra e a favor do desarmamento, poucas lideranças do Paraná entraram para valer na campanha, marcando presença em debates e tentando convencer o eleitorado.
Contra a proibição das armas, os únicos que estão cumprindo agenda em câmaras de vereadores, escolas, faculdades e entidades organizadas são o presidente estadual do PFL, deputado federal Abelardo Lupion (PFL), o deputado estadual Élio Rusch (PFL) e o vereador de Curitiba Jônatas Pirkiel (PL).
Na frente oposta, participam de eventos diários pelo fim da comercialização o deputado estadual Ratinho Junior (PPS) autor da lei do desarmamento no Paraná e que serviu de modelo para um programa nacional e os vereadores de Curitiba Paulo Salamuni (PV) e André Passos (PT). Os representantes das duas frentes já se confrontaram em vários debates durante a campanha.
Na Assembléia Legislativa, 34 dos 54 deputados já se manifestaram contra a proibição da venda de armas. O governador Roberto Requião (PMDB), o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), e o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), também já declararam publicamente que vão votar "não" à proibição do comércio de armas e munições.
O envolvimento da grande maioria dos detentores de mandato, no entanto, ficou restrito a declarações de voto antecipadas. O vereador Paulo Salamuni arrisca uma explicação. "Os pré-candidatos estão na porta da eleição e querem ficar de bem com todo mundo. Pouca gente teve coragem de debater e mostrar a cara porque a probabilidade de se dar mal até mesmo no próprio eleitorado é grande", afirma Salamuni, que está tentando articular sua candidatura ao Senado.
Para o vereador, "os grandes políticos se recolheram na discussão" diante de um tema que provoca tanta controvérsia. O próprio Salamuni conta que recebeu uma carta de eleitor manifestando sua decepção pela posição adotada pelo vereador. "Expliquei a ele que a população não tem representante para essa discussão porque é uma posição pessoal", disse. "Além disso, tive formação escolar jesuíta e marista, sou escoteiro e integro o Partido Verde, que prega o desarmamento mundial, e não poderia adotar outra postura".
Na outra ponta, o delegado regional da Frente Parlamentar pelo Direito da Legítima Defesa (Voto não), deputado Abelardo Lupion, encerrou na noite de ontem, em Cascavel, a maratona no interior participando de um debate com o deputado Ratinho Júnior, representante da frente do voto "sim".
Lupion já percorreu os municípios de Curitiba, Cornélio Procópio, Carlópolis, Campo Largo, Toledo, Jaguariaíva, Castro, Maringá, Brasília, Cambé e Santo Antônio da Platina.
O deputado acredita que nos últimos dias o movimento contra a proibição ampliou a vantagem, como mostram recentes pesquisas divulgadas, e está confiante que a maioria da população vai votar "não" no referendo de domingo.
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