O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, acredita que, embora as empresas do setor de exportação tenham tido bons resultados nos três anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, muitas podem não resistir às sucessivas desvalorizações do dólar em relação ao real.

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- As grandes empresas têm mais fôlego, mas as pequenas, se tiverem prejuízos em meses seguidos, não terão como continuar vendendo para o exterior. Elas vão acabar deixando o mercado duramente conquistado - afirmou.

Furlan citou como exemplo dados referentes ao setor de couro e calçados neste ano. Segundo ele, o Brasil deixou de exportar, em setembro, três milhões de pares de calçados e quatro milhões em outubro.

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Ele ressaltou também que, ainda que este ano o volume de exportações do setor supere, em dólares, o registrado em 2004, a produção física caiu.

- É isso que gera emprego, a produção física - destacou, durante o segundo dia do 25º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex).

O ministro lembrou outros momentos em que o Brasil viveu a "euforia" da desvalorização cambial, como nos anos de 1994 a 1998. Logo depois, acrescentou, o país experimentou momentos "mais tristes", com sucessivos ajustes na economia, queda nas exportações e déficit na balança comercial.

Furlan avalia que o Brasil pode estar caindo no mesmo engano de outras épocas.

- Os números mostram que esse nível de taxa de câmbio, no médio prazo, vai alijar um importante número de empresas do esforço exportador - disse, acrescentando que apenas a compra de dólares pelo Banco Central (BC) não é suficiente para resolver a questão da valorização da taxa de câmbio.

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A meta de exportações para o ano que vem, informou o ministro, é de US$ 120 bilhões. Ele avalia que não haverá queda nas exportações, mas "certamente vamos experimentar uma perda na velocidade de crescimento".