O governo adiou os concursos programados para este ano e ainda não autorizados, bem como o ingresso no serviço público dos candidatos aprovados em concursos que não foram nomeados. Esta é uma das medidas anunciadas nesta semana pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para fazer frente à crise econômica e a uma queda de receita de R$ 48,3 bilhões estimada para o ano. Os concursos autorizados serão mantidos, e os demais serão negociados caso a caso. Com a medida e outros ajustes na folha de pessoal, o governo espera economizar R$ 1,066 bilhão em 2009. Os aumentos salariais de servidores de 2009 e 2010 estão mantidos, mas o ministro admitiu que, se a crise piorar, poderão ser revistos. "Não mudamos nossa política, mas vamos refazer o cronograma, revendo caso a caso as necessidades de cada órgão", explicou.
O Orçamento de 2009 autoriza o preenchimento de até 50.302 vagas no Executivo. O ministro, porém, não informou quantos concursos estavam programados para o ano e serão adiados em razão da crise.
Em 2009, o Planejamento autorizou a contratação de 4.507 servidores por concurso, sendo 4.227 vagas permanentes e 280 temporárias. Em 2008, foram autorizados concursos para o preenchimento de 43.044 vagas permanentes e 5.207 temporárias. Boa parte dessas vagas ainda não foi preenchida, segundo o ministério. Quem ainda não foi nomeado terá que esperar mais um tempo até que a crise dê sinais de arrefecimento e a arrecadação melhore.
Em 2009, os órgãos com concursos autorizados são: Agricultura, Educação, Fazenda, Banco Central, Integração, Justiça, Meio Ambiente, Desenvolvimento, Planejamento e Presidência da República.
Na avaliação para autorização de novos concursos serão consideradas urgências e peculiaridades de cada ministério. Paulo Bernardo citou a negociação com o Ministério da Educação, que tem programados concursos para o preenchimento de vagas em universidades. A ideia é fazer uma atividade coordenada entre as duas pastas para a liberação às vésperas do início das atividades letivas.
Na discussão dos cortes do Orçamento, o governo discutiu a possibilidade de adiar ou suspender reajustes programados para servidores públicos em 2009. No entanto, devido ao desgaste político, a decisão anunciada nesta semana foi de manter o cronograma de reajustes para julho de 2009 e julho de 2010.