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Emprego

Governo quer contratar mais de 50 mil nos três poderes

Desemprego - a face mais perversa da crise que sacode a economia mundial. Demissões são anunciadas todos os dias em multinacionais, empresas tradicionais, conhecidas. No Brasil, só em dezembro, mais de 130 mil trabalhadores foram dispensados.

Na contramão da crise, uma decisão do governo brasileiro: contratar 50 mil pessoas. O governo oferece salário e estabilidade. Com os concursos, o governo prevê a criação destes 50 mil cargos na administração pública. É o patrão dos sonhos de muito trabalhador.

As fábricas começaram a enfrentar dificuldades quando o crédito diminuiu. Com menos dinheiro disponível, houve queda nas compras do comércio e, como consequência, redução das encomendas à indústria. O agravamento da crise levou à dispensa de 130 mil funcionários em São Paulo só no mês de dezembro. Foi o pior resultado desde 1994. No mesmo mês, 650 mil postos de trabalho foram fechados em todo o país.

Em meio à crise financeira, as empresas privadas estão demitindo, cortando gastos. Já o governo faz o contrário. Todos os concursos previstos para este ano estão mantidos.

Mais de 50 mil servidores devem ser contratados nos três poderes. A maioria, 30 mil, no Executivo, sendo que 19 mil para substituir terceirizados. Mais de 14 mil vagas são para o Judiciário, Legislativo e Ministério Público. Oportunidades para candidatos de nível médio e superior e os salários vão de R$ 2 mil a R$ 14 mil.

Desde 2003, o governo federal ganhou 200 mil novos servidores. A justificativa é que o aumento de gastos é necessário para qualificar o quadro de funcionários.

"O emprego público se transformou em algo mais atrativo e com mais capacidade de retenção devido à melhora na remuneração pelo menos no emprego federal. Temos trazido para a administração quadros qualitativamente melhores do que eram no passado", diz o secretário do ministério do Planejamento Marcelo Viana.

Se tiver boas notas no concurso público, a desempregada Paula Leite espera ganhar o dobro do que recebia na iniciativa privada. Desempregada, a ex-agente de turismo está de olho numa vaga no Detran. "No mínimo, oito horas por dia de estudo", calcula.

O especialista em recursos humanos explica por que a concorrência por uma vaga no serviço público deve aumentar.

"O trabalhador, na iniciativa privada, principalmente se ele esta trabalhando num setor que é afetado pela crise de maneira mais forte, evidente que é muito melhor ele correr para o serviço publico que dá estabilidade, garantia", explica o professor da FGV Pedro Carboni.

Para a Organização Internacional do Trabalho, o ritmo de perda de empregos é o maior em mais de duas décadas.

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