A Gradiente assumiu oficialmente a Philco na última segunda-feira, dia 3 de outubro. O negócio foi anunciado no início de agosto, mas a Philco passava, desde então, por uma auditoria. A venda foi fechada por R$ 60 milhões, R$ 10 milhões a menos do que o anunciado inicialmente, já que o estoque é um pouco menor do que o estimado anteriormente.
Segundo o vice-presidente da Gradiente, Dante Iacovone, somente a marca vale R$ 25 milhões. A Gradiente já pagou R$ 17 milhões à Itautec, antiga proprietária da Philco. O restante será acertado em fevereiro do ano que vem.
Com a aquisição, a Gradiente passa a ter o controle total das operações da Philco, incluindo imóveis, a fábrica de Manaus, equipamentos, matérias-primas, produtos acabados, assistência técnica e propriedade intelectual, todos os equipamentos eletroeletrônicos da linha marrom, televisores, DVDs e equipamentos de áudio. Segundo Iacovone, as duas empresas serão administradas de forma independente.
As áreas de marketing e comercial trabalharão com metas próprias e a Philco terá uma agência de publicidade exclusiva, para ter estratégia diferenciada de venda. Segundo o executivo da Gradiente, não haverá demissão. A empresa vai incorporar os 620 funcionários da Philco. Juntas, as duas empresas terão perto de 3 mil trabalhadores.
As duas marcas não deixarão de existir e dificilmente se juntarão. Iacovone garantiu que o consumidor não estará comprando uma televisão Philco e lenvando para a casa uma Gradiente. Mas futuramente, os componentes internos poderão ser compartilhados. Já o design não tem perigo de mudar. Cada uma terá o seu próprio estilo. Até o final deste ano, no entanto, nada acontecerá, já que projetos já estavam em andamento. A Gradiente, por exemplo, deve lançar a sua primeira televisão de plasma agora no Natal.
- Não dá para fazer muita coisa até o final do ano. Em 2006, devemos lançar novos produtos para reforçar a marca. Aliás, as duas marcas são muito fortes e vamos posicioná-las ainda melhor no mercado - disse Iacovone.
A Philco tem atualmente maior participação que a Gradiente em televisões, mas tem menos market share em DVD e áudio. O executivo da Gradiente disse que as duas empresas devem ficar entre as três primeiras colocadas na venda de televisão no ano que vem. Atualemente, têm entre 8 e 10% do mercado, atrás de Philips e LG, que têm, cada uma, entre 18% e 20%. A Gradiente também espera aumentar a sua participação na venda de DVDs e ficar em primeiro no mercado no ano que vem.
Atualmente, a Philips tem 30% do mercado e a Gradiente 29% ou 30%. Com os 4% da Philco, a Gradiente ficaria com 34% em 2006. Fernando Fisher, que está assumindo a gerência geral da Philco, disse que o mercado total de televisores este ano atingirá 8,5 milhões de unidades e o de DVD, 7 milhões. Para 2006, ano da Copa do Mundo de Futebol, a expectativa é que a produção de televisores chegue a 9 milhões e a de DVD a 8 milhões. A Philco, sozinha, deve quadruplicar no ano que vem a sua produção de DVDs, que hoje está em 250 mil unidades. A empresa pretende lançar pelo menos quatro modelos. A produção de DVDs da Gradiente, que em 2005 deve ficar em 1,7 milhões
de unidades, poderá atingir 2,2 milhões de unidades em 2006.
- Em televisões, nosso sonho é vender 2 milhões de unidades em 2006. Com a união, as duas marcas já produzirão 1,6 milhão de aparelhos - disse Iacovone.
O executivo da Gradiente disse que o escritório da china servirá para garantir a competitividade da empresa frente aos mercados internacionais. Segundo ele, engenheiros foram contratados para
desenvolver projetos e parcerias com empresas chinesas. O escritório funciona há cerca de um ano e tem 12 funcionários.