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A inadimplência voltou a aumentar em novembro em todo o país. Levantamento divulgado pela Serasa mostra que o número de consumidores (pessoa física) que não conseguiram honrar dívidas e tiveram o nome incluído no cadastro da empresa aumentou 6% em relação a outubro e 13,7% na comparação com novembro de 2004. Com esse resultado, o acumulado de janeiro a novembro apresenta alta de 13,4% quando comparado com os 11 meses do ano passado.

Apesar disso, a Serasa ressalta que a inadimplência cresce em ritmo bem menor que o da evolução do crédito. Nos 10 primeiros meses deste ano, o crédito para a compra de bens aumentou 25,5%. A modalidade de crédito consignado, onde o risco de inadimplência é menor porque as prestações são descontadas diretamente na folha de pagamento, teve aumento de 76,8%.

- Aumento da inadimplência nunca é bom. Mesmo crescendo menos do que o volume de crédito, ele vai significar aumento no juro para o consumidor, independentemente do comportamento da taxa básica da economia, a Selic. Nos bancos, 13% da composição do juro ao consumidor corresponde à inadimplência - diz Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa.

Almeida afirma que as atenções agora estarão voltadas para o comportamento da inadimplência em 2006, pois tradicionalmente ela cresce no primeiro trimestre do ano - as dividas têm de ser pagas e o consumidor acumula ainda pagamentos de impostos (IPVA e IPTU, por exemplo) e despesas escolares.

- O período de repique da inadimplência está se alongando. Antes terminava em março. Agora segue até maio. O problema é educar o consumidor para obter crédito e, para as empresas, ter critério para a concessão - afirma.

Os cheques sem fundos lideram o ranking da inadimplência e respondem por 38% dos registros de não pagamento. O valor médio dos cheques não pagos aumentou 16,2% em relação ao ano passado ficou em de R$ 533,35 entre janeiro e novembro.

As dívidas com cartões de crédito e financeiras estão em segundo lugar, com 31,4% do total de inadimplentes e o valor médio é de R$ 264,87, 9% a mais do que no ano passado. Em terceiro lugar aparecem as dívidas com bancos, com participação de 27,5%, e valor médio de R$ 1.036,18 e alta de 9,2%. Os títulos protestados, hoje pouco usados no mercado de crédito a pessoa física, representa apenas 3,1% do total e o valor médio ficou em R$ 753,20, com aumento de 19% na comparação com 2004.

O recorde de inadimplência no país ocorreu em 1995 e 1996, numa espécie de 'ressaca' provocada pelo aumento indiscriminado da concessão de crédito. Foi neste período que o parcelamento com cheque pré-datado ganhou força no país.

Muitas redes importantes do varejo, como a Arapuã, enfrentaram problemas decorrentes da inadimplência. Almeida afirma que este ano a inadimplência não baterá recordes e dezembro deve terminar com o mesmo patamar de devedores de novembro.

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