Pelo menos 800 novos produtos chegarão às prateleiras das lojas de todo o país neste Dia das Crianças (12). A indústria de brinquedos registrou aumento de 8% nas encomendas e espera igual alta das vendas, na comparação com o ano passado. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq), Synésio Batista, a indústria espera neste segundo semestre - que representa 70% das vendas do setor - recuperar as perdas no primeiros meses do ano. De janeiro a agosto, houve uma queda de 30% nas encomendas.
O maior desafio para os fabricantes nacionais é a concorrência dos produtos importados - em maior oferta por causa da queda do dólar - e da pirataria aliada ao contrabando.
- O preço do dólar vai fazer uma carnificina em muitos setores, principalmente no de brinquedos, por causa do aumento nas importações. Juntamente ao contrabando, as importações já representam 30% do mercado - diz Synésio Batista.
Neste cenário, diz o presidente da Abrinq, a aposta em novos produtos vira "questão de sobrevivência". Só a fábrica Estrela está lançando 100 novos brinquedos para o Dia das Crianças, registrando um aumento de 10% nas encomendas. Segundo o diretor de marketing da Estrela, Aires Fernandes, a queda do dólar não deve ter impacto nas importações da empresa, já que as encomendas destes itens - que representam 15% da sua produção - foram fechadas no início do ano.
- As importações devem ficar no mesmo patamar do ano passado - aposta Fernandes.
Na área de licenciamento da Mattel - responsável por acessórios, produtos de papelaria, vestuário, alimentos e eletrônicos relacionados à marca - a previsão é de um aumento de 20% nas vendas do Dia das Crianças.
- Estamos apostando na linha de roupas da Polly, uma campanha feita em parceria com as lojas Renner. Para os meninos, tem coleção inspirada no Hot Wheels, à venda na C&A - conta Érica Giacomelli, gerente de operações da Mattel.
Enquanto isso, o diretor comercial da loja de brinquedos Ri Happy, Ricardo Sayon, prevê um crescimento de 4% a 6% nas vendas. Lá, alguns reflexos da queda da moeda americana já são percebidos. O Aquapet, por exemplo, vendido por R$ 49 no ano passado, passou para R$ 39 este ano. Nas vésperas do 12 de outubro, o brinquedo será ofertado por R$ 29.
Internet
Também de olho no queda do dólar, o comércio pela internet prevê aumento de 30% nas importações.
- Como a internet ainda concentra as camadas de maior poder aquisitivo, deve registrar um impacto maior do que nos outros setores. Nossos usuários tendem a comprar produtos mais caros, como eletroeletrônicos importados - explica o diretor executivo da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Camara-e.net), Cid Torquato.
De acordo com Torquato, as vendas na semana do dia 12 de outubro devem dar um salto de 40% na comparação com 2004. Entre os motivos, está o crescimento da base de usuários de banda larga, a maior comodidade e a maior confiança do consumidor em fazer compras pela web.
Enquanto o tíquete médio das compras pela internet deve ficar em torno de R$ 350, nas lojas o valor esperado gira em torno de R$ 45. A maior parte dos consumidores, no entanto, deve deixar - como sempre - as compras para a última hora.
- Chegam a circular nos shoppings 800 mil pessoas por dia nessa época - conta o diretor executivo da Associação de Lojistas de Shoppings do Rio (Aloserj), Gilberto Catran.
E vale tudo para atrair os clientes. A ToyMania, que espera um aumento de 20% nas vendas, promete uma tarde de autógrafos com a Barbie. Na Americanas.com, as crianças poderão escolher os brinquedos em lojas especializadas da Polly, Hello Kitty, Susi, Barbie, Homem Aranha, Hot Wheels, Cavaleiros do Zodíaco, entre outros.
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