Os trabalhadores da indústria foram os que conseguiram melhores negociações salariais durante o primeiro semestre deste ano. Pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) mostra que 78% dos empregados da indústria tiveram reajuste acima da inflação.
No comércio, o percentual foi de 73% e no setor de serviços, de 53%. De 347 negociações avaliadas, 84% (290 delas) tiveram reajustes iguais ou superiores à inflação registrada no período. Foi o maior percentual já apurado desde 1996, ano em que a pesquisa começou a ser feita. Esse resultado é seguido pelo de 2004, quando 75,7% das negociações estudadas registraram aumento superior ou igual à inflação. O estudo leva em consideração 61 acordos e 286 convenções coletivas de trabalho feitas em todo o país.
- O desempenho era esperado, já que a economia do país cresce puxada pela indústria - afirma José Silvestre de Oliveira, supervisor do escritório paulista do Dieese.
Oliveira acredita que as condições favoráveis continuarão neste segundo semestre e que os trabalhadores poderão fazer boas negociações.
- A inflação é descendente e não há aposta em sentido contrário no curto prazo. Este resultado ainda carrega expectativa de melhora na economia. Os dados apontam para um crescimento da economia superior a 4% este ano - diz o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio.
Para o Dieese, o mercado interno deve contribuir para o bom desempenho da economia tanto quando as exportações, por conta da oferta de crédito, especialmente o consignado em folha de pagamento.
Os dados do Dieese mostram que 66% dos reajustes no primeiro semestre - o que significa 228 negociações - tiveram aumento real de salário. Em 18% dos casos, o reajuste foi equivalente ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo IBGE. Em 16% das negociações, tiveram um reajuste abaixo do índice inflacionário.
Se for considerado o Índice de Custo de Vida (ICV), o resultado não é tão positivo para os trabalhadores. Durante o primeiro semestre, o ICV ficou quase 20% acima do INPC. Assim, 80% dos reajustes ficaram abaixo do ICV, 2,6% foram equivalentes, e 17,3% foram maiores.
O levantamento ainda mostra que houve queda no parcelamento e escalonamento de reajustes, que foram usados em apenas 7% das negociações, contra 11% no primeiro semestre de 2004. A concessão de abonos ficou em 4%, e o parcelamento foi usado em 5% das negociações.
O Dieese acredita que durante o segundo semestre de 2005 haverá condições favoráveis aos trabalhadores durante as negociações salariais.
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