A indústria paranaense começou a desacelerar em maio e se intensificou em setembro, considerado o pior mês desde dezembro de 2001. Com exceção do emprego industrial, que apresentou aumento de 0,43% em relação a agosto, os demais indicadores – produção, venda e exportação – tiveram resultados negativos. Os indicadores foram divulgados nesta quinta-feira pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese).

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O economista Sandro Silva, do Dieese, aponta três causas para a desaceleração da indústria de transformação do Paraná: a política econômica do governo de elevação das taxas de juros; a valorização do real em relação ao dólar que reduziu o poder de competitividade do produto nacional e a quebra da safra agrícola, aliada à queda de preços das principais commodities, que reduziram a renda da população, principalmente do interior.

De acordo com a Gazeta do Povo desta sexta-feira, a queda da produção industrial em setembro, quando comparada a agosto, foi de 3,66%. Em relação a setembro de 2004, a variação negativa foi de 11,57%. O recuo foi considerado por Sandro Silva como uma demonstração da falta de confiança do empresariado, que não apostou no crescimento das vendas. Ele lembra que setembro, historicamente, é considerado o mês em que as indústrias intensificam a produção de olho nas encomendas de fim de ano. Entretanto, neste ano o mês foi marcado pelo ápice da crise política, gerando receio por parte do empresariado.

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"Inicialmente nossas projeções eram de que a indústria deveria fechar o ano de 2005 com crescimento de 5% a 7%. Com a desaceleração iniciada em maio, o crescimento não deverá passar de 3%", prevê o economista do Dieese.

Emprego

O emprego industrial continuou crescendo em 2005, porém em um ritmo bem menor do que o verificado em 2004. Nos nove primeiros meses do ano, a indústria do Paraná criou 29,3 mil postos de trabalho, contra 56,1 mil em igual período de 2004. O interior respondeu por 76,6% das novas vagas, enquanto que a região metropolitana de Curitiba ficou com uma fatia de 23,36%. A agroindústria foi responsável por 51,2% dos empregos criados este ano e representa 42% do total dos empregos industriais do estado. O Paraná ocupa o terceiro lugar entre os 27 estados brasileiros na geração de empregos industriais, atrás de São Paulo e Minas Gerais. A exportação da indústria do Paraná caiu 4,14% em setembro quando comparada a agosto, porém no acumulado do ano registra crescimento de 23,62%.]