A Eletrobrás terminou o primeiro semestre com um prejuízo líquido de R$ 36 milhões, o que corresponde a R$ 0,07 por lote de mil ações. No mesmo período de 2004, a empresa registrou lucro de R$ 2 bilhões (R$ 3,86 por lote de mil ações). Nos primeiros seis meses deste ano, o real apresentou uma valorização de 11,45% frente ao dólar. Já no mesmo período do ano de 2004, verificou-se uma desvalorização da ordem de 7,56%. Neste cenário, no primeiro semestre de 2005 a variação cambial representou uma perda de R$ 2,3 bilhões no resultado da companhia. No mesmo período do ano anterior foi registrado um ganho de R$ 1,4 bilhão.
A valorização do real no primeiro semestre de 2005 teve repercussão relevante na formação do prejuízo, já que a Eletrobrás possui cerca de 50% de sua carteira formada por recebíveis atrelados à moeda americana. Só os financiamentos a receber de créditos junto à Itaipu Binacional, indexados pelo dólar, somam R$ 18 bilhões, o equivalente a US$ 7,7 bilhões.
Apesar do prejuízo registrado pela "holding", os resultados obtidos pelas empresas controladas e coligadas no período de janeiro a junho, levando-se em consideração o critério de equivalência patrimonial, tiveram um impacto positivo de R$ 941 milhões, contra um reflexo de R$ 379 milhões registrado no primeiro semestre de 2004. Mesmo com essa expansão de 148,2%, os resultados das controladas e coligadas não foram suficientes para compensar o impacto da valorização do real frente ao dólar.