A história de hoje, como todas aquelas contadas nesta coluna, é baseada em fatos e em pessoas reais. Porém, diferentemente dos outros artigos, este não teve modificado ou romanceado o episódio no qual se inspira. A descrição deste domingo será fiel aos acontecimentos, alterando somente os nomes dos personagens, que autorizaram a publicação do texto a seguir.

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Ronaldo é um executivo jovem, de personalidade amável e coração grande. Casou-se com Amélia, uma dentista dedicada e doce. Juntos, optaram por postergar a chegada dos filhos enquanto sua situação financeira fosse difícil. Resolveram esperar até que tivessem condições para sustentar uma criança, uma vez que os pequenos demandam investimentos contínuos e segurança financeira.

Após três anos de casamento concluíram que era chegada a hora de "encomendar" um bebê. Fizeram várias tentativas, mas Amélia não conseguia engravidar. Então, optaram por um tratamento, que durou dois anos. Para felicidade do casal e de toda a família, Amélia deu à luz. Bruno, o menino, era muito parecido com o pai, de expressão calma e temperamento afável. Imediatamente a criança se tornou o centro das atenções e a razão da alegria de todos: pais, avós e tios.

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Ronaldo não podia se sentir mais feliz com a família que havia construído. Tinha um filho saudável e uma esposa companheira. Entretanto, sua carreira não era, exatamente, o que esperava. Embora trabalhasse em uma multinacional, em um bom cargo e com a remuneração adequada, acreditava que seu potencial poderia levá-lo a outras posições na empresa. Então, certo dia, tomou coragem e dividiu com o diretor do departamento suas intenções e ambições. Em resposta, o superior disse que, de fato, Ronaldo poderia aproveitar melhor suas habilidades. Por isso, tão logo surgisse uma oportunidade maior, comunicaria ao subordinado.

Dois anos se passaram, e o executivo nunca obteve retorno do chefe, que temporariamente se esqueceu da promessa. Mas a vida de Ronaldo continuou. Seu menino crescia forte e alegre, e sua esposa, bem colocada profissionalmente, era feliz. Tudo estava em seu lugar.

Mais tarde, foi chamado pelo diretor, que lhe comunicou a disponibilidade de uma vaga na matriz do grupo, em um país da Europa. Era a oportunidade que Ronaldo tanto esperava. Seu salário e seu cargo seriam elevados. Além do mais, após três anos no exterior, ele seria trazido de volta ao Brasil como diretor. Ronaldo não respondeu na hora se aceitava ou não a proposta da organização, mas sentiu que seria uma chance única de ascensão profissional.

Em casa, transmitiu a notícia à mulher, que titubeou um pouco com a novidade. Para ela, seria muito difícil deixar o consultório já montado e, sobretudo, sua família. Mas, de qualquer forma, sua preocupação maior era o filho, que teria que se adaptar a outro país.

Ronaldo compreendeu todas as considerações da esposa, mas a convenceu a apostar na empreitada, que certamente seria uma experiência positiva para todos eles. Ela começaria de novo, e o filho aprenderia outra língua, conheceria outros costumes, expandiria seus horizontes. Em poucos meses, mudaram-se para o exterior.

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Lá, os três resistiram à saudade que apertava unindo-se ainda mais. Todavia, dois meses após a chegada ao novo continente, o menino contraiu meningite, morrendo dois dias depois de ser internado. Com o fato, a mãe se fechou para o mundo e não conseguiu dividir sua dor com o marido. A perda do filho empurrou o casal para um abismo sem fim. Ronaldo culpou-se pela fatalidade, acreditando que o menino não teria tal destino se tivesse permanecido no Brasil.

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Em lugares e momentos improváveis podemos encontrar as maiores adversidades de nossas vidas, mas podemos, também, encontrar grandes oportunidades e alegrias. O inesperado representa, sempre, uma experiência desafiadora, que pode tanto impulsionar uma pessoa para o sucesso quanto dificultar sua trajetória. Porém, em ambos os casos, é inevitável o amadurecimento e o crescimento pessoal.

Ao fazer uma escolha, o profissional modifica o direcionamento de sua carreira, o desfecho de uma história. Ele pode preferir continuar engatinhando a andar, ou deixar de amar para evitar um sofrimento futuro. Porém, a escolha bem fundamentada será sempre a melhor opção, pois é determinada pela análise consciente dos efeitos negativos e positivos que a situação pode ter. Portanto, perdoar certas decisões não significa ignorar as coisas ruins que acontecem em função delas, nem deixar de lidar com os infortúnios. Significa aprender com os erros e saber que a vida exige intermináveis escolhas.

SAIBA MAIS...Saúde na estrada

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Cerca de 4,5 mil caminhoneiros são beneficiados todo ano com a realização de exames médicos e consultas, tratamento odontológico e orientação sexual. Esses serviços são oferecidos pela Rodonorte (empresa que administra as principais rodovias paranaenses) por meio do RodoPac - Programa de Atendimento ao Caminhoneiro da Rodonorte. Em um ônibus adaptado com dois consultórios médicos, um gabinete odontológico e sala de exames, checam-se gratuitamente as taxas de diabetes, triglicerídios, colesterol, a pressão arterial e o índice de massa corporal. O motorista recebe também vacinas contra tétano e difteria, hepatite B e febre amarela. Quem quer pode, ainda, cortar o cabelo e participar da Oficina do Sexo Seguro, com palestras sobre doenças sexualmente transmissíveis e distribuição de preservativos. O programa é realizado uma vez por semana, em pátios dos principais postos de combustível das rodovias PR 151, BR 277 e BR 376, próximos aos municípios de Curitiba, Ponta Grossa, Castro e Campo Largo.

Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986.