Os jornais não têm futuro sem os serviços online e digitais, afirmaram executivos de mídia internacional em um encontro da Associação Mundial de Jornais (WAN, na sigla em inglês), na capital espanhola. "Estamos preparando toda a organização para um futuro digital", disse Simon Waldman, diretor de Publicação Digital do diário britânico "Guardian", cujo site, o Guardian Unlimited, é o mais popular do país, passando as páginas eletrônicas de "The Sun", "The Times" e "The Telegraph".
Dentro dos próximos seis ou sete anos, o grupo planeja dedicar 80% de seu tempo a atividades digitais, contra 20% hoje, disse Waldman na conferência da WAN, cujo tema foi "Além da palavra impressa". Os 15 sites do "Guardian", que se tornaram lucrativos este ano e são financiados quase que totalmente pela publicidade têm números semelhantes de leitores na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Já o braço da internet do jornal "El Mundo" (Elmundo.es), o segundo diário mais vendido na Espanha, tem o maior índice de leitura de todos os jornais online europeus, com 750 mil visitantes por dia. O site também é o mais lido em todos os países de língua espanhola.
Uma estratégia digital criada há quase dez anos conseguiu tornar o site espanhol "muito lucrativo" a partir de 2003. No ano passado, o lucro foi de 1,3 milhão de euros (US$ 1,5 milhão), segundo o diretor de Desenvolvimento do Elmundo.es, Emilio Plana Hidalgo.
"A receita digital é algo muito sério. Operações online são um negócio em crescimento, mas os jornais, não", afirmou Helmar Hipp, diretor regional do jornal austríaco "Voralberger Nachrichten", que obtém 15% de sua receita de operações ligadas à internet.
A conferência de dois dias foi organizada pela WAN, pela associação editorial Ifra e pela Federação Internacional da Imprensa (IFPP, na sigla em inglês). Ontem, último dia da conferência, os participantes discutiram sobre como a telefonia celular pode contribuir para o funcionamento dos jornais e sobre como melhorar os ganhos com a publicidade online.
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