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Jovens da Geração Y desafiam atual ambiente de trabalho

Marcos Santos /USP Imagens |
Marcos Santos /USP Imagens (Foto: )

Os jovens da chamada Geração Y, que têm entre 18 e 30 anos e cresceram em meio ao boom da internet e dos smartphones, estão impulsionando uma revolução silenciosa dentro dos escritórios e salas de reuniões no mundo todo. Avessos ao ambiente tradicional de trabalho e acostumados a executar várias ações ao mesmo tempo – nem todas ligadas às suas funções na empresa, diga-se de passagem – estes profissionais têm feito executivos e gestores repensarem a maneira de controlar a rotina dos funcionários e o andamento das tarefas.

Estimativas e estudos de consultorias mostram que a opção pelo trabalho remoto, à distância, será cada vez menos uma alternativa da empresa para se transformar em uma condição por parte do empregado. Segundo a Unify, empresa do grupo Siemens especializada em prover soluções para o mundo corporativo, os integrantes da Geração Y – também chamados de millenials lá fora – correspondem hoje a 36% da força de trabalho no mundo todo. E a expectativa é que este porcentual chegue a 50% até 2020.

"Na nossa visão, o mundo hoje é mobile. As equipes já atuam de forma remota e distribuída. Isso modifica e impacta drasticamente a maneira como trabalhamos", resume o diretor de Marketing e Produtos da Unify no Brasil, Carlos Castro. "O trabalho remoto traz ganhos de produtividade, desde que haja um nível alto de engajamento das pessoas. Então é preciso ter um equilíbrio. Qualquer negócio é baseado em pessoas e relacionamento. O face to face (cara a cara) não é dispensável, segue como um fator importante no planejamento da empresa", completa.

Segundo estudo da firma de análises IDC, um trabalhador remoto pode gerar uma redução de custos para a empresa na ordem de US$ 19 mil por ano. O Instituto Gallup complementa o cenário mostrando que há hoje 300 milhões de pessoas no mundo trabalhando em "equipes virtuais", que representam uma economia de US$ 500 milhões por ano.

O próprio Gallup, porém, reconhece que essa redução de custos poderia ser maior. Conforme estimativa da consultoria, 55% dessa força de trabalho ainda perde produtividade por influência de outras tecnologias que rodeiam os millenials durante o dia e podem levar à distração – como as redes sociais e as intermináveis conversas via WhatsApp.

Multifuncional

Não que essas "interferências" sejam vistas pela Geração Y como prejudiciais ao andamento das tarefas. Pesquisa conduzida pela Unify em parceria com o Greenlight Institute, com 1,6 mil profissionais dessa faixa etária em 300 empresas globais, mostrou que é comum para estes profissionais acessar sites como Facebook e Twitter no ambiente do trabalho. Entre os entrevistados, 40% afirmaram que conseguem desempenhar suas funções ao mesmo tempo em que navegam nas redes sociais.

A pesquisa também reforça o anseio por "fugir" dos escritórios e salas compartilhadas – 75% dos profissionais afirmaram que ter um local de trabalho fixo não é uma condição necessária para exercer suas funções e só 29% disseram acreditar que uma maneira de tomar decisões dentro de uma empresa é por meio de reuniões com as equipes.

Flexibilidade

O levantamento da Unify também mostrou que a maioria destes profissionais não trocaria a flexibilidade de trabalhar de forma remota por incrementos salariais. "A maneira que temos hoje para atrair e reter novos talentos é mudando a forma como trabalhamos. Este profissional tem que continuar trabalhando baseado em metas, com prazos para cumprir. Mas não importa mais qual o horário, quando ou onde ele vai desempenhar essa tarefa", reforça Carlos Castro, da Unify.

Plugado

E para os executivos que não abrem mão de ter os funcionários à vista dentro do escritório, há ainda uma outra tendência que precisarão encarar, a chamada consumerização – a opção dos profissionais de trabalharem usando seus próprios dispositivos dentro da empresa, como os notebooks pessoais. Apesar de por um lado haver redução de custos, já que os investimentos em equipamentos diminuem, por outro há a necessidade de políticas de controle.

"Essa geração (a Y) tem uma forma diferente de se relacionar com o mundo e uma expectativa diferente no ambiente de trabalho. Ela nasce num cenário de hiperconectividade e numa era pós-digital. A consumerização, por exemplo, é uma questão de tempo, já deixou de ser uma discussão se será adotada ou não", completa Castro.

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