Pelo segundo mês consecutivo, os juros médios do cheque especial e dos empréstimos pessoais nos bancos ficaram estáveis em agosto. Pesquisa feita pelo Procon-SP nos dias 4 e 5 deste mês mostra que a taxa média do empréstimo pessoal registrou variação de apenas 0,01 ponto percentual, passando para 5,44% ao mês, o equivalente a 88,87% ao ano. Dos 10 bancos visitados, dois elevaram a taxa e um diminuiu. Os aumentos foram promovidos pela Caixa Econômica Federal (CEF), que aumentou o juro de 5,15% para 5,28% ao mês, e pelo Santander, onde a taxa passou de 5,75% para 5,8% ao mês. A única redução foi feita pelo HSBC, que baixou o juro da modalidade de 5,12% para 5,1% ao mês.
No empréstimo pessoal, a menor taxa é a cobrada pela Nossa Caixa, de 4,25% ao mês. O juro mais alto é o do Itaú, de 5,95% ao mês.
No cheque especial nenhum dos 10 bancos visitados alterou a taxa, que permanece em 8,29% ao mês, o equivalente a 160,14% ao ano. O juro mais alto também nesta modalidade é o do Itaú, de 8,5% ao mês, e o mais baixo é o cobrado pela Caixa Econômica Federal (CEF), de 7,95% ao mês.
Os juros bancários nas duas modalidades acompanham o Comitê de Política Monetária (Copom), que em julho manteve a taxa básica de juro estável em 19,75% também pelo segundo mês consecutivo. Os bancos pesquisados foram: HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco.
Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), em julho as taxas de juros ficaram estáveis em todas as linhas de crédito (7,66% ao mês para pessoa física e 4,50% para as empresas).
Nas operações de crédito para a pessoa física a maior alta ocorreu no Crédito Direto ao Consumidor (CDC) dos bancos. Nesse caso a taxa passou de 3,64% para 3,67% ao mês, uma diferença de 0,82%. O juro do cartão de crédito passou de 10,26% em junho para 10,32% em julho, uma alta de 0,58%. No cheque especial, a taxa, que era 8,22%, ficou em 8,24% (+0,24%).
As quedas foram registradas no juros do empréstimo pessoal dos bancos (de 5,83% para 5,80% ao mês) e do empréstimo pessoal das financeiras (de 11,85% para 11,82% ao mês). Os juros cobrados pelo comércio ficaram estáveis em 6,13%.
Nas operações de crédito das empresas, das quatro linhas de crédito pesquisadas duas foram elevadas. O juro do desconto de cheque subiu 0,50% (de 4,04% para 4,06% ao mês) e do capital de giro teve alta de 0,94% (de 4,27% para 4,31%). Já a taxa do desconto de duplicatas apresentou queda de 0,51% (de 3,93% para 3,91%) e da conta garantida registrou redução de 0,52% (de 5,74% para 5,71%).
O presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, orienta a população evitar o comprometimento demasiado do orçamento com dívidas, além dos empréstimos de longo prazo, que embutem custos maiores. Segundo ele, é preciso também evitar entrar no rotativo do cartão de crédito e do cheque especial, que possuem as maiores taxas de juros.
- O cheque especial não é renda e deve ser utilizado apenas por um período emergencial. Se tiver necessidade de usar este limite por um período maior, procure a sua instituição financeira e faça um empréstimo pessoal (que tem custos menores) para liquidar o cheque especial - disse Oliveira.
Existem linhas de crédito mais baratas como o micro crédito (que tem taxa de 2% ao mês), penhor de jóias da Caixa Econômica Federal e do crédito consignado com desconto em folha. A linha de crédito consignado com desconto em folha de pagamento do INSS já atinge hoje mais de R$ 16 bilhões, correspondente a 31% do total do crédito pessoal e a 0,81% do Produto Interno Bruto (PIB).
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
Quem são os indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado
Bolsonaro indiciado, a Operação Contragolpe e o debate da anistia; ouça o podcast
Seis problemas jurídicos da operação “Contragolpe”