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Déficit

Krugman: 'Bolha imobiliária' dos EUA é insustentável no longo prazo

O economista Paul Krugman, da Universidade de Princeton, disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos estão vivendo uma "bolha imobiliária" que não será sustentável no longo prazo.

Segundo ele, que participa do 2º Congresso Internacional de Derivativos e Mercado Financeiro, o volume de investimentos comerciais no país está caindo e indo para habitação e consumo, o que pode ser perigoso em termos de geração de emprego e aumento do déficit do país, uma vez que esses investimentos não aumentam sua capacidade de pagar essas dívidas no futuro.

Além disso, o economista lembrou que a maior parte dos empregos gerados nos EUA está se concentrando apenas no setor habitacional. O número de vagas nos segmentos manufatureiros, de acordo com ele, caiu em mais de dois milhões desde 2000.

- Talvez no futuro haja uma relutância dos fornecedores de crédito dos EUA em continuar emprestando para o país, em função de um desejo de diversificação de capital ou de um mercado imobiliário superaquecido - alertou.

Ele lembrou que metade do crescimento dos Estados Unidos neste ano está respaldada no setor imobiliário.

- É algo que não pode continuar acontecendo indefinidamente - observou.

Para Krugman, existe atualmente um balanceamento estranho do fluxo mundial de capitais, diferente do modelo observado na década de 1990. Naquela época, afirmou, havia a transferência de recursos de economias maduras para países em desenvolvimento, onde o retorno dos investimentos é mais elevado.

- Houve grande fluxo de capitais para o sudeste da Ásia, para a América Latina e também para os EUA, o que era explicável porque o país detinha conhecimento em tecnologia da informação - disse.

Com a crise asiática, no entanto, o Nasdaq (bolsa que negocia ações de empresas de tecnologia nos EUA) perdeu um terço de seu valor e grande parte dos investimentos em telecomunicações foi frustrada.

- Depois do colapso da Nasdaq e da redução dos investimentos em telecomunicações, o Fed (Banco Central americano) agiu agressivamente para cortar os juros. Isso levou ao aumento dos investimentos no setor imobiliário que elevou os preços e criou a crença do público de que isso continuaria ocorrendo. É uma bolha da habitação - avaliou.

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