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Profissionalismo e doçura

Liderança, engajamento e trabalho em equipe também se aprende na cozinha

Desafio de fazer os doces se transforma em reflexão e forma paralelos com a realidade das empresas. | Divulgação/Fábrica de Cupcakes
Desafio de fazer os doces se transforma em reflexão e forma paralelos com a realidade das empresas. (Foto: Divulgação/Fábrica de Cupcakes)

Separar os utensílios e ingredientes, seguir as instruções, preparar a massa, colocar para assar e finalizar com a cobertura. Para quem está acostumado a fazer doces e bolos, esse passo a passo não é nada demais. Mas, quando um cliente, uma encomenda e um prazo apertado entram na mistura, a situação vira um prato cheio para treinar equipes sobre liderança, engajamento e outros atributos típicos do ambiente de trabalho.

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Foi apostando nessa receita que o curitibano Darwin Grein criou a Fábrica de Cupcakes, uma atividade de consolidação de equipes e desenvolvimento de competências em grupo que simula o ambiente de uma confeitaria. Formado em Relações Públicas, com dez anos de experiência em recursos humanos e comunicação empresarial, e chef patissier pela escola de gastronomia Le Cordon Bleu, nos Estados Unidos, Grein resolveu transformar suas paixões em negócio quando estava desenvolvendo um material para uma aula sobre produtividade e percebeu que poderia levar a cozinha para a sala de aula.

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Com a mão na massa

Com uma estrutura completamente móvel, qualquer empresa pode receber o treinamento, que é composto por duas fases. Na primeira, os profissionais são divididos em grupos, que podem incluir pessoas de todos os níveis hierárquicos, e precisam seguir três receitas de massa e três de cobertura para entregar o pedido de cupcakes para o cliente fictício. Nesse momento, todos precisam trabalhar bem em grupo para lidar com os desafios e imprevistos - como oscilações do mercado ou mudanças solicitadas pelo cliente.

Já na segunda etapa, o consultor faz uma sessão de debriefing, analisando o desempenho dos profissionais no jogo e traçando paralelos com o cotidiano empresarial. “Quando eles colocam a mão na massa, saem da racionalidade e se entregam de corpo e alma para a atividade”, explica o chef. “Sem perceber, as pessoas reproduzem na Fábrica o comportamento que elas têm no dia-a-dia”.

Focada em softwares voltados para empresas, a norte-americana Intuit chegou ao Brasil quando comprou a startup Zero Paper. “Buscamos a atividade para integrar a equipe. Queríamos que todo mundo tivesse o sentimento de fazer parte de um só time”, conta a chefe de recursos humanos da Intuit Brasil, Cecília Pinaffi.

Colocando a reflexão em prática

Grein explica que o mais importante é o que é feito com discussão que sucede a montagem dos doces. “Se seguir os passos da receita, você vai conseguir fazer o cupcake, mas se tiver um problema na execução, não vai sair direito”, diz, acrescentando que o importante é tomar consciência de quais são as questões que estão entrando no caminho do entrosamento da equipe. “A Fábrica é um ponto de partida para essa mudança e é preciso uma série de ações para que essas mudanças aconteçam”.

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No caso da RB, gigante dos setores de saúde, higiene e cuidados para o lar que é dona de marcas como Olla, Veet e Vanish, quatro diferentes setores já passaram pelo treinamento, indo dos diretores aos estagiários, e cada equipe aplicou as conclusões de uma maneira diferente. “Uma delas desdobrou os pontos em cinco projetos e trabalham nesses projetos até agora. Outra, que estava sendo formada, fez um diagnóstico do momento que estava vivendo e buscou um direcionamento”, relata a gerente de treinamento e desenvolvimento da empresa, Karla Coelho Ochsenhofer.

Quase um ano depois, Cecília ainda vê os resultados da dinâmica ecoando. “Foi importante pelo trabalho de reflexão que foi feito depois, trazendo para a realidade da empresa. Gerou muitos insights para o grupo”, afirma. Ela também acredita que o próprio ambiente da cozinha é desafiador, já que muitas pessoas não têm familiaridade alguma com ele, o que combina com o perfil da empresa, que é voltada à inovação.

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Para Darwin, o feedback é muito positivo. “Em reuniões as pessoas veem as ações se repetindo e dizem, ‘Peraí, a gente tá fazendo igual a gente fez no Cupcake’”, diverte-se. “É a realização de um sonho: unir as duas áreas da minha vida e ajudar as empresas e as pessoas a terem resultados melhores. É muito gratificante”.

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