Líderes arrogantes são comuns no ambiente corporativo. Mas uma pesquisa recente da consultoria Catalyst mostrou que os que mais fazem uma equipe produzir são os gestores humildes. A pesquisa avaliou 1,5 mil funcionários de empresas da Austrália, China, Alemanha, Índia, México e Estados Unidos e revelou que chefes de caráter altruísta e predispostos a assumirem seus próprios erros e a apoiarem o desenvolvimento de seu pessoal reforçam o senso de pertencimento e a vontade de inovar entre as pessoas que gerenciam.
Esse perfil de chefe é tão benéfico às empresas que a fornecedora global de soluções em automação industrial Rockwell Automation resolveu investir em uma série de práticas para reforçar o aspecto empático de seus gestores. Segundo um artigo publicado na revista Harvard Business Review, entre os caminhos apontados pela companhia para abraçar esse estilo de liderança estavam o compartilhamento de erros e o engajamento apenas em diálogos, e não em debates.
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O Google é outro exemplo de companhia atenta a esse aspecto. Em entrevista ao jornal The New York Times, o vice-presidente sênior de gestão de pessoas, Lazlo Bock, lembrou que a humildade é um dos aspectos mais avaliados nas novas contratações.
O chefe também erra
Mas, para a professora do curso de Gestão de Recursos Humanos da Uninter Carolina Walger, nem sempre é fácil ser esse chefe empático e humilde que as organizações tanto buscam porque, ao ser alçado a um alto cargo, muitos profissionais tendem a se fechar por medo de errar. “É comum ouvir falar de gente que até para de almoçar com os colegas por conta disso e se isola”, diz. Segundo a professora, esse tipo de insegurança surge geralmente quando um bom técnico é promovido sem estar preparado para lidar com a gestão de grupos.
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É por isso que muitos especialistas em comportamento humano sempre reforçam que o primeiro passo para ser um bom líder é buscar o autoconhecimento. A coach Elenice Brusque partilha desta perspectiva. Na visão dela, o gestor que conhece a si mesmo consegue entender que não é perfeito, aceita as próprias limitações e se aproxima de sua equipe, mantendo uma postura mais empática.
É possível conhecer o outro
Se conhecer a si mesmo é essencial para ser um líder humilde, a regra é a mesma quando se fala em conhecer a própria equipe. De acordo com Tayná Leite, fundadora, coach e analista comportamental da Self Desenvolvimento Humano, além de se aceitar e tomar posse dos próprios talentos, o líder precisa se aproximar de seu pessoal e ouvi-lo.
Fazendo isso, além de consolidar a imagem de um gestor humilde e inspirador, o profissional tem a oportunidade de identificar potenciais e mapear talentos. Nesse processo, segundo a especialista, é extremamente importante olhar cada indivíduo como único e trata-lo da forma mais humana possível. “Se você deixa de escutar alguém com um problema pessoal, por exemplo, pode estar perdendo um ótimo profissional em um momento difícil”, exemplifica.
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Credibilidade é a chave
Mas qual é o limite entre ser um chefe humilde e um gestor fraco? Carolina ressalta que é construindo uma relação de confiança no dia a dia que as pessoas reconhecem a força de um líder. Seja quando dele se mostra um profissional competente, seja quando se coloca apto a ensinar, a aprender ou até mesmo a defender seu time, frente à clientes ou demais gestores, quando preciso.