As exportações da Petrobras e o aumento dos preços do petróleo no mercado internacional vêm compensando a decisão da estatal de não reajustar combustíveis no mercado interno e foram responsáveis pelo aumento de 40% no lucro semestral da empresa em 2005. A companhia anunciou nesta segunda-feira um ganho de R$ 9,9 bilhões no período, contra R$ 7,091 bilhões entre janeiro e junho de 2004 - resultado recorde para um semestre.
Segundo nota divulgada nesta segunda-feira, a Petrobras alcançou recordes sucessivos de produção no segundo trimestre do ano, o que possibilitou uma exportação líquida de 148 mil barris por dia de petróleo e derivados entre abril e junho. No ano passado, a empresa importava 100 mil barris diários. Considerando a importação de gás e outros produtos, a exportação líquida ficou em 20 mil barris por dia de óleo equivalente.
As operações de venda ao exterior geraram um superávit comercial de US$ 900 milhões para a estatal no segundo trimestre, quando seu lucro ficou em R$ 4,9 bilhões, com aumento de 49% frente 2004.
A geração de caixa da empresa ficou em R$ 22,3 bilhões nos seis primeiros meses deste ano, com aumento de 29% em relação ao primeiro semestre do ano passado. Apenas no segundo trimestre de 2005, a geração de caixa foi de R$ 11,8 bilhões, com aumento de 36% na comparação com 2004.
Entre janeiro e junho, a Petrobras fez investimentos de R$ 11 bilhões. Em junho, a companhia atingiu o recorde de produção média mensal de 1,755 milhão de barris por dia.
Ao divulgar seus resultados, a empresa comparou os valores obtidos em 2005 com números revistos de 2004, de acordo com a instrução 408 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A norma, que entrou em vigor no início deste ano, determina que a estatal consolide em seu balanço todas as suas Sociedades de Propósito Específico.
Nesta segunda-feira, a estatal anunciou seu resultado como se a regra já estivesse valendo em 2004, apenas para efeito de comparação, o que inflou seus ganhos em percentual. No ano passado, Petrobras reportou um ganho de R$ 3,835 bilhões no primeiro trimestre e de R$ 7,807 bilhões de janeiro a junho.