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No mesmo dia em que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez um discurso com duras critícas àqueles que defendem flexibilização da política econômica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que haverá ajustes na política econômica, mas não disse quando nem quais mudanças serão feitas.

- Vai, vai - respondeu o presidente a pergunta sobre ajustes na política econômica, na saída da solenidade de entrega do prêmio Finep de inovação tecnológica, no Salão Nobre do Palácio do Planalto.

Diante da indagação se haveria realmente ajustes, o presidente respondeu:

- Tudo vai acontecer - afirmou o presidente.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai convocar o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, para discutir os ajustes que podem ser feitos na condução da política econômica para enfrentar a queda de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de riquezas produzidas no país) no terceiro trimestre deste ano e garantir uma expansão de pelo menos 4% em 2006, ano eleitoral. No encontro, que pode ocorrer esta semana, Lula deixará claro que o foco das decisões deverá ser uma política consistente de crescimento. A trajetória futura dos juros - que poderia ser de quedas acentuadas, segundo integrantes do governo e o mercado financeiro - será um dos temas em debate.

Até a próxima reunião ministerial, no dia 19, Lula deverá ter encontros individuais para discutir esta meta de crescimento. A idéia é manter encontros com Palocci e outros ministros influentes, como Dilma Rousseff (Casa Civil), sem provocar tensão e recrudescer o embate que hoje existe no núcleo duro de governo.

- Você acha que o Lula vai deixar o Palocci acabar com o governo dele? O governo vai sinalizar para uma taxa de crescimento segura no próximo ano - disse ontem o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ao sair do Palácio do Planalto.

Muitas cobranças a Palocci já foram feitas nos últimos dias - e a ele serão pedidas explicações detalhadas sobre os números divulgados pelo IBGE, assim como a Meirelles - mas não foram colocadas ontem na reunião da Junta Orçamentária. Segundo participantes do encontro, Palocci e Dilma chegaram a trocar gentilezas e até beijinhos, numa demonstração de que o clima entre os dois está melhor. Mas a constatação no Palácio do Planalto é que finalmente Palocci foi enquadrado por Lula.

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