O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que ele é imprescindível pelo que já fez pela economia e que por isso fica no governo. O presidente fez as declarações após a cerimônia de inauguração de uma plataforma flutuante de petróleo da Petrobras, a P-50, no estaleiro Mauá, no Rio de Janeiro.
- Palocci está tranqüilo. Acho que não dá para a gente deixar se levar por especulações. Palocci é uma figura imprescindível para o Brasil. Todo mundo sabe o que ele significa para a economia brasileira - elogiou Lula.
Lula voltou a defender o ministro da Fazenda ao ser perguntado sobre críticas da oposição:
- Tem sempre alguém que aposta que o Brasil não deu certo. Aliás, tem gente que só sabe trabalhar em cima da desgraça dos outros. Acho que as pessoas deveriam ser agradecidas pelo que o Palocci fez pela economia do Brasil - disse Lula, que, ao ouvir a pergunta "mas ele fica?" de um dos jornalistas, respondeu apenas "fica, fica".
O presidente recorreu a uma metáfora sobre o futebol para defender a diversidade de opiniões em seu governo. A disputa interna entre o ministro da Fazenda e ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, sobre prazos mais longos para o ajuste fiscal, aumentou a tensão política e teria levado o ministro a pensar em deixar o governo.
- Tem time de futebol que só dá certo porque são 11 jogadores com características diferentes. No governo também é isso - disse ele.
O presidente também brincou ao ser perguntado se é candidato à reeleição no ano que vem e voltou a falar de futebol:
- Ainda tem muito chão pela frente, eu preciso primeiro esperar pelo Corinthians ser campeão para depois decidir o que vou fazer.
Lula reafirmou que as eleições não vão mudar os planos de seu governo.
Antes dessas declarações, ainda durante o discurso, Lula reafirmou que as eleições do ano que vem não vão atrapalhar os planos do governo:
- Não se preocupem com o denuncismo. Isso atormenta, preocupa todo mundo. Mas não haverá nenhum momento em que a eleição nos faça mudar a trajetória que traçamos para o país. Eu demorei muito para ganhar as eleições. Quando ganhei, não pensei no meu mandato, pensei na geração dos meus filhos e dos meus netos. Se alguém quiser não ser sério, que não seja. Vamos continuar fazendo, porque estamos convencidos de que estamos no caminho certo - disse Lula.
Em boa parte do discurso durante a inauguração da P-50, Lula comparou seu governo com o de Fernando Henrique Cardoso.
Segundo ele, até agora, o Brasil nunca havia tido um momento histórico com crescimento da economia e inflação baixa.
- Na teoria cabe tudo. A diferença básica é que, quando você vira governo, você sai da era do '"eu acho" e vai para a era do "eu faço". E você vai poder fazer em função das condições que tiver -disse.
Segundo Lula, o país nunca teve uma conjunção de fatores tão favoráveis, como agora.
- Toda vez que o Brasil cresceu a inflação foi para dois dígitos. Nós estamos crescendo e a inflação está a 5% - avaliou.
Uma comparação com a gestão anterior foi feita com um dado que ele afirmou que colheu com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, baseado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Segundo o presidente, em oito anos, de 1994 a 2002, a média mensal de geração de empregos registrou um saldo de oito mil novas vagas por mês. E em 35 meses de seu governo, a média passou para 118 mil novos empregos.
Lula também afirmou que o FGTS teve um resultado positivo de R$ 9 bilhões nos oito anos de governo FH. E durante o seu governo, saltou para R$ 34 bilhões. De acordo com o presidente, apenas o setor metalúrgico, que nos últimos 20 anos tinha perdido 1,5 milhão de empregos, recuperou 300 mil postos de trabalho durante a administração.
O presidente também comemorou a inauguração de novas linhas de transmissão de energia elétrica e questionou o programa de ajuda às empresas térmicas promovido pelo governo anterior.
- O apagão foi ingrato conosco por muitas vezes, porque tínhamos que fazer economia dentro de casa. Quando se tentou resolver o problema, jogaram para a conta de quem tinha economizado o prejuízo que as empresas tiveram por uma energia que não ofereceram. Até 2007, independentemente de quem seja o governo e de quem venha depois de mim, inauguraremos 15 mil quilômetros de linhas de transmissão - afirmou.
De acordo com Lula, o Brasil fará durante cinco anos 21% da quantidade de linhas de transmissão que foram construídas nos últimos 122 anos.
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