Em encontro nesta sexta-feira, em São Paulo, com investidores estrangeiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu duras críticas em relação à manutenção de altas taxas de juros, à valorização do real frente ao dólar e aos gargalos na área de infra-estrutura. Segundo os investidores, esses fatores poderiam afetar de alguma forma o planejamento de novos investimentos no país. Como resposta, Lula fez um discurso em linhas gerais, reafirmando que não vai mudar a atual política econômica, mesmo às vésperas de um ano eleitoral. Coube ainda ao presidente do Banco central, Henrique Meirelles, afirmar aos empresários que o mais importante é que a tendência hoje é de queda dos juros.
- A questão hoje é sobre a velocidade neste corte. Isso não foi mencionado porque é parte da estratégia do governo - afirmou o ministro do desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, que fez um relato da reunião.
Em relação ao dólar, a resposta do governo foi que não há intenção de promover intervenções para regular as cotações do dólar. Meirelles destacou que apesar da queixa de valorização excessiva do real, o país continua a quebrar seguidos recordes na balança comercial e que tem aproveitado este momento para elevar os níveis das reservas internacionais.
Sobre a questão da infra-estrutura, Furlan relatou que o governo assumiu o compromisso de acelerar os investimentos na recuperação de 11 grandes portos do país que respondem hoje por 90% do transporte de mercadorias. O ministro do desenvolvimento negou que esses investimentos não tinham sido feitos antes em função do contingenciamento de recursos do orçamento.
- Não era dinheiro o problema. Os recursos até que foram liberados. Eram questões referentes principalmente a meio ambiente e dragagem - afirmou Furlan.
Além de Furlan e Meirelles, também participaram do encontro a ministra-chefa da Casa Civil, Dilma Rousseff; o ministro do Trabalho, Paulo Marinho; da Agricultura, Roberto Rodrigues; do Turismo, Walfrido Mares Guia e o vice-ministro das Relações Exteriores, Samuel Guimarães.