O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que tal como ele o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prefere conceder novo reajuste da tabela do Imposto de Renda das Pessoas Físicas a ceder a todas as demandas que os governadores têm devido às compensações da Lei Kandir. De acordo com o ministro, que se reuniu com um grupo de jornalistas antes da divulgação do mapa do mercado de trabalho formal elaborado por sua pasta, como as receitas são curtas para atender a todas as demandas é preferível oferecer respostas à maior parte da sociedade. Neste caso, avaliou, as prioridades são o salário-mínimo, cuja discussão é de piso básico a partir de R$ 340, e uma correção nos valores que definem a tributação sobre os rendimentos do trabalhadores, especialmente os de classe média e média alta.
- Não gosto desta idéia de uma coisa contra a outra (ou salário-mínimo ou correção do IR). Ano passado foi a mesma coisa e demos os dois. Este ano o debate está posto novamente. Do ponto de vista de quem está fechando o Orçamento, é mais fácil deixar de fora o IR e atender os governadores. Eu prefiro espichar a corda com os governadores. Eu prefiro, e o presidente Lula prefere, dialogar com a maioria da sociedade e atendê-la - afirmou Marinho.
Para o ministro, a correção do IR tem ainda impacto econômico mais forte, o que é importante num momento em que o governo garante que a economia tem condições de crescer 5% em 2006. Na avaliação de Marinho, a compensação dos estados devido à isenção das exportações não é mais uma obrigação do governo federal:
- A Lei Kandir virou uma forma de os governadores tirarem vantagem da União com uma compensação que não mais necessitam. Os estados têm que fazer seu dever de casa. E muitos não têm feito. Por isso, prefiro dialogar com os governadores, mas desde que o salário-mínimo e o Imposto de Renda estejam contemplados (no Orçamento).