Uma radiografia sobre o mercado de emprego formal no país divulgada nesta terça-feira pelo Sesi mostra que a maioria dos trabalhadores com carteira assinada ganha até três salários-mínimos e tem menos de seis anos de estudo. De um universo de 29,5 milhões de trabalhadores, 59,5% recebem entre um e três salários-mínimos e 26% deles não concluíram o ensino fundamental, de acordo com a pesquisa baseada nos dados de 2003 da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho.

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O levantamento mostrou também que, embora o índice de analfabetismo tenha caído 30% na indústria entre 2001 e 2003, o setor ainda supera a média nacional neste indicador. O percentual de analfabetismo na indústria ficou em 1,3%, perdendo apenas para os ramos de agropecuária, extrativismo, caça e pesca. O melhor desempenho ficou com comércio e serviços.

- A falta de escolaridade é o grande problema do país. Grande massa dos trabalhadores não concluiu o ensino fundamental - disse o coordenador da Unidade de Pesquisa e Avaliação do Sesi, Alex Mansur.

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Segundo ele, o Brasil está atrás de países como Chile, onde a média de anos de estudo chega a 12 anos e Argentina, de 10 anos. A pesquisa revelou também que o nível do emprego no país cresceu 8,7% no período, mas de acordo com a diretora nacional de Operações do Sesi, Mariana Cardoso, esse aumento se deve mais ao crescimento da população do que a uma melhora na formalização.

Ela destacou, porém, que apesar de ter havido uma redução no número de trabalhadores que recebem mais de três salários-mínimos, a proporção dos que ganham até três vezes o piso subiu de 58,1% em 2001 para 64,2% em 2003. Esse pode ser um indicador de que a renda está sendo melhor distribuída, explicou.

A pesquisa, que contou com a parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), servirá para redirecionar políticas públicas, principalmente na atuação do Sesi.