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liderança

Mau chefe pode ser um problema para a saúde da empresa e do funcionário

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Assim como um bom líder pode ajudar no crescimento de uma equipe, os reflexos de mau chefe também são mais do que aparentes. A diferença é que eles não se resumem apenas ao desempenho do grupo, mas também à saúde do funcionário. Um levantamento feito pela Harvard Business School e pela Universidade de Stanford mostra que o estresse no trabalho pode ser tão prejudicial para o organismo quanto ser um fumante passivo.

É claro que nem todas as dores de cabeça que vêm do escritório envolvem seu chefe, mas uma pesquisa da Associação de Psicologia dos Estados Unidos mostra que a maioria delas, sim. Segundo a organização, 75% dos americanos acreditam que o chefe é mesmo a principal causa do estresse.

E são vários os exemplos de como essa má liderança pode impactar a vida e a saúde de um profissional. O coach Edson Barbosa aponta que um clima organizacional pesado é o primeiro sintoma da existência de um chefe nocivo e conta que já presenciou casos de funcionários que desenvolveram Síndrome do Pânico por conta desses problemas.

“A pessoa ficou 180 dias afastada por conta desse clima. As coisas chegaram a um nível tão grave que ela perdeu completamente o controle”. Para ele, é dever do chefe perceber o que está acontecendo para reverter a situação antes que coisas assim aconteçam. “Por que deixar chegar a esse ponto para, então, tentar mudar? Tem de ser preventivo”.

O chefe que não é líder

Essa negligência apontada pelo coach revela uma característica bem comum da má chefia: a falta de participação. Para Barbosa, o clima pesado dentro de uma empresa é apenas um reflexo da pouca participação do chefe, que não conhece sua equipe e também não permite que ela o conheça. “É preciso ter alguém que mostre o caminho e desenvolva o engajamento do grupo”, aponta.

Segundo a coach da IBC Alessandra Smaniotto, essa falta de relacionamento desmotiva o colaborador e gera um efeito cascata que prejudica todo o processo. De acordo com ela, o pouco engajamento diminui a produtividade dos funcionários e, consequentemente, o nível de satisfação das pessoas com o trabalho. “Isso vai resultar em um aumento na rotatividade, com pessoas faltando mais ou mesmo pedindo demissão. No fim, a postura desse chefe prejudica o resultado do negócio como um todo”.

Smaniotto cita ainda a vaidade, a arrogância e o orgulho como outras características de um chefe nocivo e ainda vai além. “Ele também não respeita os colaboradores e não valoriza as ideias dadas. Em alguns casos, adota essas sugestões, mas sem dar os devidos créditos, o que faz com que o subordinado perca confiança”, explica. “Sem perspectiva de crescimento, ele perde a sua motivação e se sente amarrado dentro desse processo”.

Assim, a coach difere a figura do chefe da do líder, destacando que o primeiro está muito mais preocupado com a parte burocrática do negócio do que realmente gerenciar uma equipe. “O chefe é aquele que se importa mais com o resultado do que com as pessoas. Já o líder é mais democrático e cuida das duas frentes para que, juntas, elas gerem resultado. É uma gestão muito mais humanizada”, define.

Mudança comportamental

Mas nem todo chefe ruim é um caso perdido. Para Smaniotto, parte desse problema é falta de treinamento, o que faz com que seja preciso um processo de mudança de mind set para que tenhamos resultados comportamentais. “Essas pessoas costumam ser muito autoritárias porque tiveram exemplos ruins que fazem com que tenham percepções distorcidas”, explica.

Edson Barbosa sugere a autoanálise como um primeiro passo para essa transformação, seja fazendo uma reflexão sobre seu modo de agir ou mesmo ouvindo o que pessoas de confiança têm a dizer sobre seu trabalho. Como sugere o coach, basta parar e pensar: “Se eu fosse meu próprio chefe, iria gostar?”.

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