No Brasil, 21% das mulheres negras trabalham como empregadas domésticas e apenas 23% delas têm carteira assinada. Já entre as mulheres brancas apenas 12,5% delas estão no serviço doméstico e 30% têm registro na carteira. Esse é um dos dados do estudo Retrato das Desigualdades, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).

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O estudo mostra as desigualdades entre brancos e negros e ainda entre homens e mulheres.

- Sabemos que a população negra é a mais pobre entre os pobres e que as mulheres negras são ainda mais pobres que os homens. Agora, estudos como este promovem um detalhamento dessa realidade e são fundamentais para nos direcionar em relação às prioridades da ação de governo - afirmou a ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, no lançamento da pesquisa.

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Em todas as áreas analisadas, como educação, mercado de trabalho e acesso a bens e serviços, as mulheres negras apresentam os piores indicadores. Em média, o salário delas equivale a apenas 30% do rendimento dos homens brancos. E o desemprego (16,6%) é duas vezes maior que entre os brancos (8,3%).

O estudo analisou os resultados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) realizada em 2003 pelo IBGE. Do total de 174 milhões de brasileiros, 52% se declararam brancos e 47,3% negros. Sendo que dos negros, 41,% se consideraram pardos e apenas 6%, negros. O restante da população se declarou amarela (0,4%) e indígena (0,19%) ou não informou a raça/cor.