Apesar de algumas semelhanças e intersecções como Ensino a Distância (EAD), o e-learning é uma forma particular e específica de uso das tecnologias digitais para a gestão de conhecimentos. Segundo explica Romain Mallard, diretor de Tecnologia e Marketing da Digital SK, há uma aproximação constante entre as duas áreas, mas é possível tanto o ensino a distância sem as tecnologias digitais em métodos como aulas por correspondência, televisão e rádio quanto e-learning sem EAD, no caso de orientações técnicas via computador enviadas para funcionário de uma linha de montagem dentro da própria fábrica, por exemplo.
Ainda de acordo com Mallard, o e-learning acabou virando um modismo no seu início, sem que as tecnologias estivessem maduras o suficiente para grandes aplicações, o que fez com que a prática caísse em descrédito. Hoje o e-learning voltou a se destacar e está num processo de amadurecimento. "O Brasil está na frente mundialmente nesse mercado. Projetos que apresentamos na França não têm precedentes lá. Pelas suas proporções geográficas, há uma grande demanda pelo desenvolvimento de tecnologias que dêem conta do compartilhamento de informações em meios digitais, e isso faz com que os sistemas evoluam bastante", explica.
Como explica Francisco Antonio Soeltl, presidente da Micropower, o e-learning não formata necessariamente informações como cursos, mas de outras formas pelas quais o conhecimento também é adquirido, como manuais, tutoriais e interações entre usuários. "O treinamento é apenas uma das formas de aprendizado, e corresponde apenas por cerca de 20% dos nossos conhecimentos. Os outros 80% vem diretamente do trabalho. É o chamado social learning, que vem de informações que utilizamos no dia-a-dia", explica.
Mobilidade
Outro fato que está impulsionando o e-learning atualmente é o desenvolvimento das tecnologias móveis, como smartphones e conexões a internet sem fio. "A mesma oferta que temos para internet já estamos adaptando para o sistema mobile. No mundo hoje temos cinco vezes mais celulares que computadores fixos, só no Brasil são 15 milhões de aparelhos. Claro que nem todos são capacitados a utilizar programas, vídeos ou internet, mas isso é só questão de tempo", explica Mallard. "A idéia é que o usuário possa começar o curso em casa e se tiver necessidade de sair, continue de onde parou no ônibus, por exemplo", completa.
Grande parte dos conhecimentos desse setor estão sendo aproveitados com a indústria do entretenimento, conta Mallard. E há muitas aplicações possíveis, tanto para o e-learning quanto para a área educacional. "Mas esse não é o futuro nem uma solução nova. Isso já é presente. Está acontecendo agora", finaliza. (LCJ)