Internet tem muitas fontes, mas cuidado!

Várias fontes na internet garantem mostrar como estão os salários no mercado de trabalho. Caso do Meusalario.org.br (meusalario.uol.com.br), da Bolsa de Salários do Datafolha (datafolha.folha.uol.com.br), ou da Pesquisa Salarial e de Benefícios Online da consultoria Catho (www.catho.com.br/salario), entre outros exemplos. Os especialistas, no entanto, advertem que o nível de confiabilidade destas informações não é lá muito alto. "Alguns sites são furados, porque mostram como salário real o que é detectado em pesquisas sobre intenção de ganho", diz Romeu Huczok, da Huczok Consulting. A professora Maria Alice Moura e Claro, do Unifae, diz que é muito fácil achar pesquisas salariais na internet, mas sempre há um risco. "Você não sabe quais empresas participaram, a localização, o ramo", detalha. Desta forma, segundo ela, o profissional pode encontrar salários simplesmente fora da sua realidade.

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Não fique para trás

Para descobrir se seu salário é justo, converse com colegas de empresas similares, candidate-se a uma vaga de emprego ou seja direto e pergunte ao seu chefe.

As grandes empresas costumam fazer pesquisas de cargos e salários para saber como se posicionar no mercado. Procure profissionais do setor para saber como estão remunerando profissionais do seu ramo. Pesquisas disponíveis na mídia ou na internet de vez em quando são úteis, mas cuidado com elas. O resultado pode estar longe da sua realidade.

Antes de negociar um aumento, proponha alternativas ao seu superior. Deixe a empresa saber que você se preocupa com o todo, não apenas com seu cargo, suas metas ou sua ambição. Mostrar resultados ajuda a justificar o pedido.

Valorize seus resultados na negociação

Feita a sondagem no mercado, chega a hora de o profissional negociar um aumento, caso o salário não esteja de acordo com o nível de seu trabalho. A saída é mostrar as conquistas. "A pessoa deve demonstrar ao superior suas qualidades e estar sempre em busca de novas soluções, porque o gestor não quer problemas, quer soluções", diz Ubaldo Paolini Jr., do O Boticário. Para ele, assim fica mais fácil pleitear um salário melhor. A professora Maria Alice Moura e Claro, do Unifae, também sugere demonstrar ao chefe a evolução conquistada, como contratos fechados, projetos concluídos etc. "Primeiro, levante competências e evidências para mostrar ao gestor. Se ele não escutar, então é melhor sair da empresa, mas com calma e planejamento", diz.

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Nem sempre a remuneração acompanha o trabalho extra que vamos assumindo progressivamente e o desgaste que a inflação, ainda que sob controle, provoca no salário. Quem sente que está recebendo menos do que deveria pode fazer uma sondagem no mercado para ver como as empresas estão pagando profissionais de mesma competência e responsabilidade. O próximo passo é negociar com o chefe aquele sonhado aumento. Se não houver acordo, a saída pode ser procurar outro emprego.

Para o consultor Romeu Huczok, diretor da Huczok Consulting, empresa que faz pesquisas de remuneração, não é fácil para um profissional descobrir o quanto vale, mas uma saída é se candidatar à vaga em uma empresa. "Ele vai ser avaliado com critérios técnicos, vai descobrir se está bem ou não e quanto vão oferecer de salário", explica. Outra possibilidade é pesquisar com colegas que têm o mesmo emprego ou ainda com alguém que trabalhe na área de remuneração. "A pessoa que não tem acesso aos dados das empresas não tem como saber os salários." Huczok diz que uma pesquisa de salários é feita com metodologia específica e serve para que as empresas descubram onde podem perder ou conquistar funcionários.

O professor de remuneração Ubaldo Paolini Jr., especialista na área para a empresa de cosméticos O Boticário, acrescenta que no levantamento são analisadas empresas parecidas, de mesmo porte, ramo, região, faturamento, entre outras similaridades, para identificar exatamente os cargos que existem neste universo. "Este é o primeiro passo, fazer uma descrição dos cargos, suas principais responsabilidades, seus pré-requisitos e competências necessárias", diz.

Paolini Jr. é coordenador do Grupo de Profissionais de Remuneração do Paraná, uma organização sem fins lucrativos cujo objetivo é facilitar a troca de informações na área. Ele conta que uma empresa estruturada faz pesquisas regularmente para criar sua política salarial.

A professora de remuneração Maria Alice Moura e Claro, do centro universitário Unifae, afirma que as empresas costumam fazer a pesquisa a cada dois anos, para manter e atrair mão-de-obra. Para ela, uma maneira de saber se o salário está defasado é recorrer ao líder, que provavelmente vai questionar o departamento de recursos humanos. "O RH está o tempo inteiro conectado ao mercado. A grande questão é: quanto é que eu valho? Será que tenho competência?", orienta. Outra opção é conversar com colegas de empresas semelhantes. Mas cuidado! Não adianta conversar com colegas de profissão que trabalham em empresas de ramos completamente diferentes. "Cada uma tem uma realidade diferente."

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Outro alerta de Maria Alice é não pensar apenas no salário, pois as empresas costumam oferecer diferentes benefícios, como vale-refeição, bolsa-escola, participação em resultados, entre outros. "Precisamos começar a pensar em remuneração total, que nem fazem nos Estados Unidos, onde as pessoas falam quanto ganham por ano. Nisso incluem bônus e outros auxílios", opina.

Serviço: Huczok Consulting – (41) 3324-7335 – www.huczok.com.br; Grupo de Profissionais de Remuneração do Paraná – www.gpr-pr.org.br