Atualizado às 21h01
Há um foco de febre aftosa na cidade de São Sebastião da Amoreira, Norte do Paraná. A informação foi confirmada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Gabriel Alves Maciel, durante uma entrevista coletiva nesta terça-feira (6), em Brasília.
De acordo com a assessoria do Ministério, Maciel informou que existem nesta propriedade 2.212 cabeças de gado - 200 deles vindos de uma propriedade de Eldorado, no Mato Grosso do Sul, município onde fora detectado um grande foco da doença - e que a confirmação do foco no Paraná se baseou na origem dos animais, no estado clínico dos animais e no resultado positivo no teste de sorologia.
Em nota divulgada no início da noite desta terça-feira, o coordenador geral de Combate à Doenças do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Jamil Gomes de Souza, afirmou que "destes 200 animais, 22% foram reagentes ao teste de sorologia realizado pelo Laboratório Nacional de Apoio Agropecuário (Lanagro) do Rio Grande do Sul", explicou Souza. Os resultados, disse, indicam sinais de infecção anterior.
Segundo Maciel, caberá ao governo paranaense decidir se os animais serão sacrificados. Ele explicou que o interesse de eliminar rapidamente os animais é do próprio estado porque agiliza o combate à doença. A decisão do ministério, segundo Maciel, foi adotada conforme definido pelo Código Sanitário para os Animais Terrestres da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal).
As medidas sanitárias adotadas pelo Paraná desde a suspeitas também contribuíram para que a interdição atingisse uma área menor que a do Mato Grosso do Sul. O secretário garantiu que a estrutura do Ministério estará à disposição do governo do Paraná para a continuidade das ações no Estado.
ReaçãoO vice-governador e secretário estadual da Agricultura, Orlando Pessuti, afirmou que ainda não foi comunicado oficialmente sobre a confirmação do foco, mas que o governo do Paraná vai contestar o laudo que confirma a doença no estado. "Vamos contestar pela via diplomática e, se for necessário, pela via da Justiça", argumentou Pessuti.
Em nota, também divulgada no início da noite, a Secretaria da Agricultura (Seab) informa que até as 20h desta terça-feira (6), não havia recebido qualquer informação oficial da Secretaria Nacional de Defesa Agropecuária (SDA), do Ministério da Agricultura sobre a existência de foco de febre aftosa no Paraná.
No documento Pessuti reafirma que o governo do estado vai contestar o laudo e diz que "é impressionante como o governo federal não cede e tenta nos impor a aftosa", conclui a nota.
ImpactoGabriel Maciel acredita que o anúncio não terá novos impactos sobre a economia paranaense porque o estado já teria sofrido todas as conseqüências negativas quando surgiu a suspeita da doença nos outros quatro municípios que continuam sob análise.
InterdiçãoContinuam interditados para averiguação 11 propriedades de quatro outros municípios do Paraná - Grandes Rios, Loanda, Amaporã e Maringá.
Na JustiçaNesta terça, durante a reunião com os secretários estaduais, Pessuti afirmou que o estado pode entrar na Justiça contra o Ministério da Agricultura para garantir que o estado não tem casos de febre aftosa. O Ministério não se pronunciou sobre a "ameaça" do Paraná.
Uma reunião em Curitiba com representantes dos governos do Paraná, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul debate os efeitos da aftosa.
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