O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) está enfrentando dificuldades para concluir se há ou não focos de febre aftosa no Paraná. O resultado dos exames nos materiais coletados de 19 bovinos, de quatro fazendas do estado, que apresentaram sintomas da doença, não tem data certa para divulgação. Inicialmente, a previsão era de que o diagnóstico ficasse pronto no início desta semana, cinco dias após a chegada do material ao laboratório do Mapa em Belém (PA) especializado nesse tipo de análise.
Até esta quinta-feira, porém, o ministério não tinha nova previsão. "Estou ficando chateado com essa demora, mas o pessoal do laboratório diz que o material coletado é insuficiente e está pedindo mais", declarou o secretário nacional de Defesa Sanitária Animal do ministério, Gabriel Maciel. Segundo ele, "será difícil explicar" essa demora às autoridades internacionais, que aguardam uma resposta sobre a existência ou não de aftosa no rebanho do Paraná, sexto exportador nacional de carne bovina.
Segundo reportagem de Valmir Denardin, da Gazeta do Povo desta sexta-feira, as coletas de material para exame foram feitas por técnicos do Mapa, da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) e do próprio laboratório federal. O vice-governador e secretário paranaense, Orlando Pessuti, disse que o governo estadual realizou todos os procedimentos pedidos pelo ministério.
Pessuti afirmou que, apesar do desconforto e da apreensão causados pela dificuldade de se chegar a resultados conclusivos, está otimista. "Torço, rezo e espero que isso seja um sinal de que a aftosa não chegou ao Paraná", disse. Segundo Pessuti, os animais sob suspeita estão em bom estado e não apresentaram evolução nos sintomas da doença: feridas na boca, dificuldade para andar e salivação abundante.
O exame para diagnosticar o primeiro foco de aftosa em Eldorado (MS), no início do mês, durou dez dias. As análises são feitos no laboratório do Pará porque as normas sanitárias impedem a manipulação do vírus aftósico em estados oficialmente considerados livres da doença, caso de Paraná e Mato Grosso do Sul.
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