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Muitas chefias pecam por algo aparentemente banal que acarreta perdas consideráveis para os profissionais envolvidos e para a própria chefia. Isso ocorre quando delega-se um cargo ou função para alguém que ainda não está preparado para exercê-lo. E que ainda pode não ter nenhuma habilidade para o desafio ou o mais importante , vontade.

É mais comum do que se pensa. A chefia "esquece" de perguntar se é isso que a pessoa deseja para sua carreira e no afã de resolver seus problemas no momento apela para quem está mais perto. "Vou dar a chance", pensa ela, "vou ajudar". E todos são penalizados.

O grande problema é que quando expõe tal profissional perante unidade, empresa e clientes sem que ele esteja preparado corre-se o risco de "queimá-lo", sobretudo internamente pela perda de credibilidade e conseqüente respeito. Pois, como se poderia recolocá-lo em outro cargo se não for hierarquicamente melhor? Recuar é algo impossível. "Acomodá-lo" com títulos e sem responsabilidades contemporiza, mas protela uma decisão. Um termômetro nessas situações é conhecer com mais profundidade os limites dos funcionários, lembrando que poucas empresas têm a maturidade profissional de permitir que o colaborador conheça seus próprios limites.

Quadro menos qualificado e menos profissional tem as empresas que sequer elas próprias conhecem as competências, as habilidades e o desempenho de seus colaboradores. Não investem em treinamentos, não mensuram produtividade, não dizem com clareza o que esperam e também não fazem avaliações.

E seus resultados? É de se perguntar... Se estiverem razoáveis ou suficientes certamente poderiam estar melhores. Sempre há espaço para melhorias, aperfeiçoamento e evolução. Sabe-se que quem acredita que está bom, já começou a ficar para trás.

O "me engana que eu gosto" facilmente aplicado ao universo político também acontece com freqüência considerável no ambiente empresarial. O sistema de contratação é falho, de avaliação mais frágil ainda e contraditoriamente as expectativas enormes. Logo, há muito que fazer.

Maria Christina de Andrade Vieira, empresária e escritora, autora de Herança (Ed.Senac-SP), Cotidiano e Ética: crônicas da vida empresarial (ed. Senac-SP).chris@onda.com.brwww.andradevieira.com.br

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