As mudanças na escrita provocadas pela reforma ortográfica, que está em vigor desde 1º de janeiro, devem causar um pouco de confusão para quem prestar concurso neste ano. Segundo especialistas, porém, a reforma não é motivo para desespero, já que foi estabelecido um período de transição, até 31 de dezembro de 2012, no qual as duas formas a antiga e a nova serão consideradas válidas. Como explica Marcus Vinicius Soares, coordenador de Acadêmica do Cespe/ UNB, as bancas de correção das organizadoras aceitarão as duas formas de escrita.
De acordo com Silvia Bruni Queiroz, técnica em Avaliação Educacional da Fundação Vunesp, a cobrança da nova ortografia nos concursos realizados pela organizadora será feita de maneira gradual.
Já o coordenador do Cespe afirma que poderá ser pedido algum item sobre a nova ortografia em provas objetivas. "Os candidatos devem estar preparados para responder sobre a nova ortografia nas questões objetivas. Nas provas discursivas, as duas formas serão aceitas e, por isso, os concursandos não sofrerão nenhum prejuízo", explica Soares.
Para Carlos Alberto de Lucca, coordenador-geral do Siga Concursos, de São Paulo, as provas podem conter perguntas que apontem qual forma ortográfica (atual ou nova) deve servir como base para a resposta do candidato. "Essas questões podem até fazer parte de perguntas sobre atualidades", comenta.
Carlos Kappler, professor de língua portuguesa e funcionário público, acredita que, nos concursos de 2009, de 20 questões de português, apenas uma aborde a nova ortografia. O coordenador do OB Cursos ressalta também a questão da comparação. "Os concurseiros terão de saber as duas formas, pois o que mais deve-se pedir em uma prova é a comparação entre a nova ortografia e a antiga", afirma Amorim.
Um outro caminho é apontado por Maurício Silva, coordenador de Pós-Graduação da Área de Educação da Universidade Nove de Julho (Uninove), de São Paulo, e autor do livro O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Editora Contexto). Segundo ele, como as novas regras não são muitas, não devem existir tantos problemas de adaptação. "É possível também que o novo sistema se generalize rápido e passe a ser cobrado, automaticamente, em concursos, vestibulares e provas."
Atenção
Algumas mudanças de acentuação e de emprego do hífen podem complicar a vida de um candidato na hora da prova.
De acordo com Silva, da Uninove, o hífen é maior problema do novo acordo. "Há casos em que o hífen permanece como era antes, há casos em que desaparece e há outros em que passa a existir, onde não aparecia", exemplifica o coordenador da Uninove.
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