Em janeiro de 97, eu tinha participado da fiscalização do vestibular da Tuiuti e estava voltando para casa, de carro. Era 8 horas da noite. Parei num sinaleiro, o primeiro carro da fila. De repente, dois assaltantes se aproximaram do meu carro e um deles encostou o revólver na minha cabeça. Imediatamente eu levantei as duas mãos para que ele não ficasse nervoso. Num momento de distração do bandido, abri a porta do carro com força, em cima dele, e me joguei no chão. Fui militar por 30 anos, tinha treinamento para fugir dos disparos.
Eu pensava: "esses caras não vão tirar o meu carro". Um carro descaracterizado da polícia estava passando por lá e os policiais deram ordem para eles pararem, mas eles fugiram, depois de uma troca de tiros. Agarrei no pescoço do assaltante que pegou o volante, enquanto o outro, no banco de trás, atirava. Mesmo com os tiros um dos assaltantes conseguiu fugir ferido, o outro morreu. Na hora não senti, mas levei um tiro na perna e até hoje tenho a bala no fêmur.
Sempre tive arma em casa, mas raramente andei armado. Não aconselho que as pessoas andem armadas, porque é melhor não reagir. Mas sou contra o desarmamento. As pessoas ordeiras têm arma para garantir a sua defesa e a de sua família. O bandido tem a expectativa do medo. Desarmar a população é tirar a última a possibilidade de evitar um maior grau de criminalidade.
Uraci Castro Bomfim, 70 anos, professor de geopolítica e economia política da Universidade Tuiuti do Paraná.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas
Deixe sua opinião