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Entrevista

“O brasileiro deve votar para não perder o direito de se defender”

Brasília (AE) – O presidente da Frente Parlamen-tar pelo Direito da Legítima Defesa, deputado Alberto Fraga (PFL-DF), é da chamada "bancada da bala" no Congresso. Coronel aposentado da Polícia Militar, Fraga defende que os brasileiros possam ter arma em casa porque o Estado não consegue evitar que os criminosos invadam as residências.

"Se vão estuprar minha mulher e minha filha, eu vou morrer de qualquer jeito, por não poder reagir. Se eu não morrer fisicamente, espiritualmente eu vou morrer. Não vou passar o resto da minha vida olhando para minha mulher e vendo que sofreu um mal e eu, como chefe de família, não consegui fazer nada."

Na sua argumentação, o deputado cita que a Suíça tem um homicídio para cada 100 mil habitantes e 35% das casas têm arma de fogo, sem considerar que grande parte da população suíça é reservista do Exército.

AE – Por que o brasileiro deve votar não ao desarmamento?Alberto Fraga – Não é o desarmamento que está sendo votado. O brasileiro deve votar para não perder o direito de se defender, o direito de escolha, de fazer uma opção. Já que o Estado não dá a devida proteção ao cidadão, o Estado não tem o direito de tirar o direito de as pessoas reagirem em legítima defesa.

O presidente do Senado, Renan Calheiros, reconhece que seria vender uma ilusão dizer que a proibição do comércio de armas no país vai resolver o problema da criminalidade. Ele disse que o fim do comércio de armas e munições servirá para combater os chamados crimes "imotivados". O que o sr. acha disso?

Em virtude das informações enganosas população pendeu para o lado do não. Quando se fala da criança que leva arma para escola, são omitidos detalhes importantes. Primeiro, trata-se de porte ilegal de arma. Portanto é achismo. Os crimes banais que se referem o programa do sim não chegam a 4,2%. As mortes em casa, mesmo com a proibição da venda de armas, vão continuar ocorrendo. Há muitas mulheres que são assassinadas em suas casas, por seus maridos, a machadadas e facadas. Quando se quer matar, mata-se, seja com arma de fogo ou com uma faca. O ímpeto de matar é momentâneo.

É correto portar uma arma?Pessoas que andam armadas são bandidas. Não defendemos isso. Defendemos o direito de as pessoas poderem comprar uma arma para se defender em casa. Se você botar a arma dentro do carro para ir não sei aonde você pode ser presa. O porte ilegal de arma, conforme o estatuto, é proibido com pena de dois a quatro anos de reclusão.

Mas o sr. acha que ter uma arma em casa protege o cidadão?Se não proteger, pelo menos não dá a certeza ao bandido de que ele vai entrar em casa e estuprar minha família e eu vou ficar sem poder reagir. Se vão estuprar minha mulher e minha filha, eu vou morrer de qualquer jeito por não poder reagir. Se eu não morrer fisicamente, espiritualmente, eu vou morrer. Não vou passar o resto da minha vida olhando para minha mulher e vendo que sofreu um mal e eu, como chefe de família, não consegui fazer nada. Essa é a postura do brasileiro. Tem uns que preferem adotar a cultura do rato, de se esconder. Eu não. Já que o Estado não proibiu o bandido de entrar na minha casa, o Estado não pode me proibir de defender a minha esposa e minha família.

Nos EUA, muitos têm arma em casa. O que o sr. acha do modelo norte-americano?A relação para cada 100 mil habitantes é de seis assassinatos – e 52% das casas americanas possuem arma de fogo. A conclusão você mesmo tira. Não é quantidade de armas nas ruas que leva ao aumento ou diminui a criminalidade. Podemos falar da Suíça, que tem um homicídio para cada 100 mil habitantes e 35% das casas suíças têm arma de fogo. No Brasil, que possui a vergonhosa marca de 27 assassinatos para cada 100 mil habitantes apenas 3,5% das casas brasileiras possuem armas registradas.

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