Formado em Administração, com ênfase em Marketing, Lucas é uma pessoa extremamente organizada. Seu senso prático o diferencia da maioria, pois é capaz de executar qualquer função - seja ela simples ou complexa - com rapidez e precisão.
Durante os anos de faculdade, o jovem conquistou destaque entre seus colegas e a admiração dos professores, por concluir todas as tarefas com excelência. Embora fosse reservado e um pouco tímido, foi eleito representante da classe. O desempenho exemplar apresentado durante o desenvolvimento do curso universitário não deixou dúvidas entre os amigos de que Lucas seria um profissional de sucesso, assim que iniciasse sua carreira.
Porém, a realidade com a qual o jovem promissor deparou-se foi bem diferente da imaginada por ele e por seus colegas de faculdade. Já formado e em busca de uma colocação no mercado, Lucas selecionou diversas empresas pelas quais gostaria de ser contratado. Bem elaborados, seu currículo e a carta de apresentação certamente eram atraentes para qualquer organização.
Sua ação lhe rendeu muitos retornos, e todas as empresas, sem exceção, convocaram Lucas para uma entrevista. Porém, após o primeiro encontro com os recrutadores, o rapaz foi descartado sem muitas explicações. Aquela rejeição inicial, entretanto, pareceu normal para ele, que não tinha muita experiência em comparação aos outros candidatos, formados havia mais tempo. Mas, ao tomar conhecimento de que a maioria de seus colegas de curso estava empregada em grandes grupos, nacionais e multinacionais, Lucas percebeu que a pouca idade e a experiência limitada não foram os principais empecilhos para sua admissão.
Em função disso, tentou relembrar sua postura no momento das entrevistas, no intuito de identificar as falhas cometidas. Contudo, não teve êxito. Ele achava, de fato, que havia se saído bem nas respostas sobre o mercado de atuação, sobre os conceitos de Marketing, sobre as propostas que tinha para as empresas em questão. Então, qual seria o motivo de reprovação? Para entender o que tinha ocorrido, resolveu retornar às organizações e questionar os entrevistadores a respeito dos pontos fracos que tinham observado, a fim de melhorar sua performance em oportunidades futuras.
Lucas foi bem recebido por todos os recrutadores, que acharam a postura do jovem bastante madura. Porém, o que ouviu da maior parte deles foi decepcionante. "Você não tem o perfil para uma vaga de Marketing!", repetiram os consultores. Então, ao pedir mais explicações sobre o que aquilo significava, Lucas descobriu que o "perfil" que as empresas procuravam estava atrelado ao estereótipo de uma pessoa extremamente falante, com gestos dinâmicos e vestuário moderno. Essas características demonstravam, segundo os recrutadores, um profissional criativo, com precisão, proativo, etc., habilidades que deveriam estar presentes em qualquer candidato disposto a uma vaga naquele setor.
Lucas possuía todas elas, embora não as deixasse transparecer de modo óbvio. O jovem era econômico com as palavras e detalhes de um caso; porém, comunicava-se com facilidade e desenvoltura. Vestia-se de forma conservadora, mesmo possuindo uma mente criativa e idéias inovadoras. Era objetivo e assertivo como ninguém, apesar de não utilizar as qualidades como tema de discursos em seu favor.
Assim, Lucas notou que o mercado mostrava preconceito com pessoas que fogem do padrão estabelecido e que, se quisesse fazer parte do jogo, precisaria adquirir certas características. Antes, entretanto, que pudesse iniciar processo tão grande de mudança, foi chamado para uma entrevista por uma nova organização. Na ocasião, adotou ainda a mesma postura que o acompanhara até então, achando que atitudes muito diferentes daquelas que o descreviam construiriam, naquele momento, um cenário inconsistente, artificial demais.
Desse modo, sem pretensões nem máscaras, ele conseguiu - para sua surpresa - conquistar a vaga aberta. A diferença, dessa vez, foi a cultura da empresa, voltada para a descoberta de grandes talentos e alheia em relação a qualquer estereótipo.
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Determinadas profissões remetem a habilidades peculiares, como a organização para o engenheiro, a astúcia para o advogado, a humanidade para o médico, e assim por diante. Enquanto algumas características podem ser adquiridas com a prática, outras estão sujeitas a se tornar obsoletas com a evolução do mercado de trabalho.
Mesmo assim, ainda existem empresas que, amarradas a estereótipos, recusam profissionais extraordinários pelo simples fato de não avistarem neles o padrão conhecido. Por conta disso, é bom lembrar: às vezes, a embalagem não condiz com o presente - constatação que cabe, perfeitamente, a profissionais de todas as áreas.
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SAIBA MAIS...
Bom Aluno
O Instituto Bom Aluno, em parceria com a Câmara de Indústria e Comércio Brasil-Alemanha, Câmara Americana de Comércio e Câmara de Comércio França-Brasil, promove na quinta (22), às 12h, um almoço no qual serão apresentados os resultados da entidade e os talentos revelados por ela.
O instituto nasceu de um programa, criado em 1993 pelos empresários Francisco Simeão e Luiz Bonacin, com o propósito de investir na formação profissional de estudantes de baixa renda que se destacam pela dedicação e desempenho na escola. Estes recebem uniforme, material escolar, transporte, aulas de inglês, espanhol e computação, auxílio-alimentação e apoio pedagógico e psicológico.
Cerca de mil jovens são atendidos atualmente pelo projeto, presente em Curitiba, Londrina, Maringá (PR), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Petrópolis (RJ) e Nova Prata (RS). O almoç o será na capital paranaense, no Clube Concórdia (R. Pres. Carlos Cavalcanti, 815), e é aberto ao público. Convites a R$ 30. Mais informações pelo (41) 3673 8030.
Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986
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