Formado advogado havia apenas dois anos, Celso não conseguia se inserir no mercado. Não tinha sido um jovem dedicado na faculdade e formou-se com muito custo, apresentando um desempenho medíocre. Ao sair da universidade, procurou emprego em escritórios renomados, mas seu currículo não era atraente o bastante. Então, sem alternativa, montou seu próprio negócio. Mas tinha alguns poucos clientes e não ganhava o suficiente para pagar suas contas.
Jovem, bem-apessoado, de fala eloqüente e com capacidade de convencer as pessoas sobre quase qualquer assunto, Celso decidiu: seria político. Iniciou sua empreitada selecionando uma série de empresas locais, para as quais pediria apoio para a sua campanha. Foi recebido por todas e, ao final da prospecção, conseguiu o suporte financeiro de, pelo menos, meia dúzia delas. Ele mesmo não pensou ser tão fácil conseguir aquela verba. Assim percebeu: seria muito mais atraente como político do que como profissional liberal. Suas patrocinadoras fizeram apenas algumas ressalvas, que diziam respeito à contrapartida que teriam quando ele chegasse ao poder. As empresas eram de áreas diversas e viram em Celso uma possibilidade de aumento nos seus ganhos, de facilitações e de favorecimentos futuros.
Celso compreendeu que, caso conquistasse o cargo de vereador ao qual almejava inicialmente deveria agradecer seus apoiadores por meio de ações práticas e rentáveis a todos. Então, com o caixa da campanha recheado, o aspirante a político partiu para a segunda fase: criar uma imagem atraente para o eleitor. Escolheu uma renomada agência de publicidade, uma produtora de credibilidade e alguns profissionais da área de comunicação com experiência no assunto. O valor negociado com toda a equipe de marketing foi abaixo do mercado, pois Celso também prometeu a ela uma ajuda especial caso fosse eleito. Com o time definido, faltava agora produzir sua propaganda eleitoral. Reuniram-se todos os envolvidos em uma grande sala para escolher o discurso que seria adotado por Celso durante a campanha.
"Não é preciso inovar muito", iniciou um dos publicitários. "Basta utilizar os termos-chave, que sempre conquistam o eleitor. Geração de emprego, maior segurança, investimentos na infra-estrutura e na educação são as principais expectativas da população", explicou. "Não esqueça de mencionar a ética!", emendou um dos patrocinadores. "Diga que você acabará com a corrupção, com os mensaleiros, com a falta de vergonha na cara!", bradou. "Ótima idéia!", complementou outro. "Esse apelo está em moda ultimamente. Não teremos como perder."
Celso, um pouco atordoado com o andamento da reunião, questionou: "Mas como cumprirei aquilo que estou prometendo?" "Ora, ora...", responderam todos. "Não é preciso fazer nada após a conquista do cargo, pois o povo esquece logo!" E assim fizeram. Celso foi eleito com uma margem folgada de votos e garantiu credibilidade entre os pares do partido (que escolheu pouco antes do término do prazo para oficializar as candidaturas) e seus patrocinadores (que prometeram continuar investindo em sua carreira em troca de favores). "Como foi fácil!", pensou Celso. "Agora, vou preparar o caminho para conquistar o cargo de deputado e continuar subindo na carreira."
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A sociedade, ao perceber o caos ético e organizacional do País, se pergunta: por que essa situação não muda? A resposta é simples. A carreira política é, na maioria das vezes, escolhida por pessoas que visam ao lucro fácil, ao poder e ao sucesso como objetivo maior (poucas são exceção). A prestação de serviços para a sociedade fica em último plano, quando não esquecida pelos políticos. E uma das razões para esses indivíduos chegarem ao poder é o apoio da classe empresarial, que patrocina campanhas para, depois, exigir sua parcela de vantagens. Mas são esses mesmos empresários que, posteriormente, reclamam da alta carga tributária, da falta de segurança, do crescimento medíocre da economia, etc. Eles esquecem que ajudaram a eleger pessoas despreparadas, sem conhecimento de gestão e com conceitos deturpados de ética e de cidadania. Portanto, reflita sobre isso nas próximas eleições. Afinal, já está mais do que na hora de escolhermos os políticos da mesma forma que selecionamos os profissionais da iniciativa privada: exigindo competência, honestidade e resultados.
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SAIBA MAIS...
Prêmio Carmem Prudente
A Sanofi-Aventis está patrocinando, pelo terceiro ano consecutivo, o Prêmio Carmem Prudente, que homenageia pessoas engajadas na luta contra o câncer. Criada em 2002, a premiação tem por objetivo destacar personalidades que sensibilizam a opinião científica e pública, ajudando a disseminar informações sobre a prevenção e o combate precoce e diminuindo o impacto da doença no Brasil. A iniciativa é da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP) e da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), regional São Paulo, e conta também com o apoio do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP). Como parceira, a Sanofi-Aventis contribui financeiramente para a realização do evento, além de patrocinar pesquisas na área. Todos os anos, os homenageados recebem um troféu por suas realizações relacionadas à oncologia no Brasil.
Personalidades como Ana Maria Braga, Dercy Gonçalves, Dráuzio Varella e Raul Cortez já foram premiados em edições anteriores. Na edição de 2006, foram homenageados médicos do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul, da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, entre outros. A cerimônia de premiação aconteceu no dia 27 de novembro.
Bernt Entschev é presidente do Grupo De Bernt. Empresário com mais de 36 anos de experiência junto a empresas nacionais e internacionais. Fundador e presidente do grupo De Bernt, formado pelas empresas: De Bernt Entschev Human Capital, AIMS International Management Search e RH Center Gestão de Pessoas. Foi presidente da Manasa, empresa paranaense do segmento madeireiro de capital aberto, no período de 1991 a 1992, e executivo da Souza Cruz, no período de 1974 a 1986
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