Ilza trocou o consultório pela área de vendas: “Não existe idade para encarar novos desafios”| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo

Mudança de rumo

Escolher uma nova carreira é um processo difícil, mas alguns cuidados simples podem contribuir para uma transição sem sobressaltos. Confira cinco aspectos que devem ser considerados:

• Antes de decidir pela troca de carreira, certifique-se de que sua insatisfação está mesmo ligada à atividade que você realiza e não ao ambiente ou às pessoas com as quais você convive. O problema pode estar nos seus relacionamentos e não na sua profissão

• Evite agir por impulso. Uma decisão baseada apenas na possibilidade de um salário mais atraente ou em dificuldades momentâneas tem grandes chances de dar errado. Mais que um bom salário, é preciso ter afinidade com a nova ocupação

• Planeje a mudança. Analise sua situação atual, incluindo o aspecto financeiro, que tem grande relevância e pode ser decisivo. Embora não existam restrições com relação à idade, considere os prós e contras da mudança de carreira em cada fase da vida

• Faça um exercício de autoconhecimento. Analise suas habilidades e as habilidades necessárias para a carreira que você deseja seguir. Certamente você precisará desenvolver novas competências. Avalie o mercado, experimente, pesquise, converse com pessoas que já atuam nessa área

• Depois de decidir pela mudança de carreira, busque qualificação para encarar a nova fase. Você vai precisar de cursos complementares ou de uma nova graduação? Tenha sempre em mente que a troca de carreira é um projeto de longo prazo e considere os custos que acompanham esse processo.

CARREGANDO :)

Muita gente provavelmente incluiu em sua lista de planos para 2013 o desejo de dar uma guinada na vida profissional e trocar de carreira. Mas o que fazer para que esse desejo não seja frustrado como tantas outras resoluções típicas de começo de ano?

Para o psicólogo especialista em análise do comportamento Carlos Esteves, o primeiro passo é basear a decisão de mudar de carreira nas condições presentes, e não apenas nas possibilidades futuras de uma nova ocupação, como um salário astronômico, por exemplo. "Todo e qualquer processo de mudança envolve duas grandes dimensões: o quão confiante estou para encarar uma mudança ou o quão insuportável está permanecer na condição atual", explica.

Publicidade

De forma geral, as pessoas estão mais confiantes. O ambiente econômico está favorável e há mais oportunidades no mercado, diz Esteves. Contudo, isso não elimina a necessidade de olhar atentamente para o novo cenário, preparar-se para ele, buscar informações e, sobretudo, experimentar a nova profissão.

Pergunte a si mesmo

As minhas habilidades correspondem àquela atividade ou terei de desenvolver novas competências? Estou disposto a fazer isso? "Embora simples, essas perguntas podem ser reveladoras, mas muitas pessoas ainda menosprezam essa etapa", afirma o psicólogo.

A orientação é fugir do impulso, que está mais associado ao desconforto e à insatisfação atuais que ao possível prazer com a nova atividade e, por isso, tem baixa probabilidade de dar certo. A condição atual também tem relevância e deve ser avaliada com carinho.

A situação financeira pode ser tanto um empecilho quanto o empurrão que faltava para a decisão, como aconteceu com a empresária Ilza Bicalho. Ela tinha 42 anos quando uma necessidade a fez repensar sua vida profissional. Formada em Psicologia e Fonoaudiologia, Ilza tinha consultório e trabalhava na área de estudos de aprendizagem. "Tentava ampliar a clientela, mas o retorno financeiro não era satisfatório", conta. Quando o marido perdeu o emprego, uma tia a convidou para ser corretora de imóveis e a possibilidade de ganhar mais fez com que ela aceitasse a proposta.

Publicidade

"Sempre gostei muito da área de vendas e isso foi fundamental. Acho que é preciso um mínimo de vocação para não se frustrar", afirma Ilza, que em 2009 abriu sua própria imobiliária, a Diferencial Imóveis.

AvalieInsatisfação é com o emprego ou a carreira?

Nem sempre a insatisfação com o trabalho significa necessidade de mudar de carreira. Em muitos casos, o desconforto é resultado de problemas com o emprego e não com a profissão.

Segundo o psicólogo Carlos Esteves, é preciso avaliar os sinais. Questione-se: meu descontentamento está relacionado à atividade que eu desempenho ou às relações interpessoais que mantenho no emprego, incluindo o relacionamento com o chefe? Além do reconhecimento do trabalho realizado, a satisfação profissional depende do equilíbrio entre esses dois aspectos – atividade e relacionamento –, lembra Esteves.

Assim como relacionamentos conflituosos podem comprometer o desempenho no trabalho, atividades pouco prazerosas também podem atrapalhar os relacionamentos. É preciso saber distinguir um problema do outro para evitar uma decisão errada.

Publicidade

Você já mudou de profissão? O que levou em conta para tomar essa decisão?

Leia as regras para a participação nas interatividades da Gazeta do Povo e deixe seu comentário abaixo. As mensagens selecionadas serão publicadas.