Faltando apenas a confirmação oficial da vitória do 'Não' no referendo sobre a proibição de venda de armas e munição no país, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Velloso, preferiu não dar opinião sobre o resultado da consulta popular.
- O que o povo decide é soberano, é só isso o que eu posso dizer - declarou ele em coletiva.
No momento da entrevista, 90% das urnas já haviam sido apuradas, com 64,10% de votos para o 'Não' e 35,90% para o 'Sim'.
- Quando cheguei aqui, estávamos com esses 90% de votos apurados. Esses 90% já delineavam a vitória de uma das respotas. Eu dizia que teríamos o resultado às 23h. Estamos tendo resultado definitivo às 21h40 - afirmou ele quase no fim da entrevista.
Perguntado sobre o que diria aos eleitores derrotados, Carlos Velloso também se esquivou de pender apenas para um lado.
- Vou dar minha mensagem para as quase 100 milhões de pessoas que votaram no Sim e no Não, ou seja, a todas aquelas que votaram no referendo, que votaram com suas consciências. Se fizeram assim, fizeram bem. Não interessa quem perdeu ou ganhou. Interessa que o povo participou da grande festa da cidadania, votando Sim ou Não - declarou.
A abstenção no referendo deste domingo ficou em torno de 20%, número que, na opinião de Carlos Velloso, não pode ser considerado alto.
- Inicialmente, eu previ uma abstenção de cerca de 25% de votos, porque estava em jogo uma causa, não um candidato, que motiva mais. Felizmente, não chegou àquela previsão pessimista. Depois, achei que ficaria entre 15% e 20% e, no fim, ficou perto disso - observou o presidente do TSE.
- Na eleição do ano passado, (a abstenção) ficou em 12%. Mas são as eleições mais apaixonantes, as municipais, e em regra a abstenção é menor. Penso que ficando em torno de 20% não é muito, tratando-se de um referendo - completou.
Carlos Velloso elogiou as campanhas das duas frentes parlamentares e disse que gostaria de ver outros referendos sendo realizados futuramente no Brasil.
- Sou um adepto dos referendos, da democracia, do povo participando diretamente das decisões - afirmou.
Segundo o presidente do TSE, o referendo custou aproximadamente R$ 250 milhões.
- É muito? Talvez seja, mas é preciso homenagear a democracia. É muito? Pois é praticamente a metade do que se gastou na eleição do ano passado - revelou.
Carlos Velloso informou que, das 323.368 urnas eletrônicas usadas no país, 2.800 foram substituídas por defeito (0,87% do total). Houve, de acordo com o presidente do TSE, 263 sessões com votação manual (0,08%).
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