Apesar de ser uma das profissões que mais cresce no mundo todo, o coaching ainda é uma incógnita para boa parte das empresas. Uma pesquisa da consultoria global Lee Hecht Harrison DBM constatou que cerca de 70% das organizações brasileiras não possuem diretrizes claras, consistentes e abrangentes em seus processos de coaching. Mas afinal, para que serve essa ferramenta e como ela pode ajudar a transformar o dia a dia dos profissionais e da organização?
Segundo a Sociedade Brasileira de Coaching (SBCoaching), o método ajuda as pessoas no desenvolvimento de competências com foco no alcance de metas pessoais ou profissionais. O coach é, portanto, um parceiro que utiliza técnicas variadas para conduzir pessoas ao seu objetivo.
"O coach não é um conselheiro e não dá orientações, mas faz perguntas para que o profissional reflita e chegue às próprias conclusões. Partimos sempre do pressuposto que a pessoa já tem a resposta que procura e precisa apenas de estímulos para encontrá-la", explica a coach Raquel Cherubini Caldeira.
Há cerca de um ano a gerente contábil do Grupo Boticário, Luciana Maria Fiori de Oliveira, buscou o coaching para desenvolver competências e redefinir seus objetivos na carreira. "Antes de escolher o coach, fiz entrevista com três profissionais. Como a relação é intensa e de extrema confiança, é preciso ter empatia com o coach. Você precisa estar pronto para se entregar totalmente e, muitas vezes, ouvir aquilo que não quer ouvir", diz Luciana.
O começo
Todo processo de coaching parte de um desejo de mudança, explica Rachel. "Em que ponto você está e aonde quer chegar? Essa é a primeira pergunta a ser feita. O coaching é justamente o caminhar entre duas dessas pontas", explica.
Embora as empresas tenham consciência da importância da ferramenta, ainda não conseguem implementá-la de forma eficaz em todos os níveis da corporação. Em geral, o coaching é restrito ao alto escalão das companhias. "Quando bem aplicado, o coaching é um dos métodos mais eficazes de solução de problemas corporativos", ressalta Rachel, que trabalha há cerca de quatro anos na área empresarial.
Formada em Psicologia, com mestrado em gestão empresarial, ela diz que o primeiro passo para ser um bom coach é ter vivência na área de atuação. No caso do ambiente corporativo, por exemplo, a vivência organizacional, na gestão de pessoas e no comando de equipes é imprescindível. "É preciso entender o mundo do profissional para poder ajudá-lo", diz a coach.
Sem regulamentação
Apesar de ser reconhecido como atividade profissional, o coaching ainda não é uma profissão regulamentada. Profissionais de qualquer área de formação podem trabalhar como coaches, desde que passem por cursos de formação específica.