Experiência
Após carreira em bancos, executivo abre empresa em Curitiba
Fabiano Fernandes é mais um paulistano que migrou para Curitiba em busca de qualidade de vida, e também por perceber uma oportunidade no mercado paranaense, que costuma ser negligenciado pelas grandes empresas, segundo ele. Com longa experiência no setor bancário, ele agora é sócio e CEO da ID Next, empresa que atua na área de gerenciamento de conteúdo e ativos digitais.
O empresário começou a carreira ainda aos 14 anos, quando foi selecionado para participar de um projeto do banco ABN para a formação de jovens programadores. Depois disso, passou praticamete toda a carreira no setor financeiro, tendo trabalhado inclusive na Índia. Após a aquisição do ABN pelo Santander, em 2007, ele foi convidado pelo publicitário Nizan Guanaes para ser diretor de tecnologia de uma nova companhia, a 24/7, da área de inteligência digital. Chegou a ser vice-presidente da empresa, até que decidiu mudar de cidade. A IDNext, que é representante da 24/7 no Sul, abriu as portas em janeiro deste ano e conta com 22 funcionários. "Além de ter família aqui, Curitiba é um mercado que não tem tantas empresas olhando. Elas se digladiam em São Paulo e um pouco no Rio de Janeiro, mas esquecem do mercado do Sul, que é cada vez maior", afirma ele.
Cadastro
80 mil produtos estão listados num portal interno de uma rede de supermercados de Curitiba. Cada mercadoria à venda nas lojas tem uma descrição, com tamanho da embalagem e custo da última negociação, entre outros dados.
De olho no aumento da produtividade e no corte de custos, empresas estão cada vez mais buscando os chamados softwares de gestão de conteúdo para organizar todas as informações geradas pelos funcionários. Os programas buscam facilitar a catalogação de dados e a torná-los facilmente "buscáveis" por qualquer colaborador.
Uma rede de hipermercados da capital, por exemplo, que aderiu recentemente a um desses softwares, passou a reunir num único local informações sobre 80 mil produtos comercializados em suas lojas, com dados como a descrição de cada item, tamanho da embalagem e custo da última negociação, entre outros dados. O acesso fácil ao conteúdo ajudou diferentes setores da empresa, da área comercial ao marketing. Um exemplo claro de ganho de produtividade ocorreu no processo de montagem da revista semanal de promoções da rede. Antes feita em uma semana, a publicação hoje leva apenas dois dias para ficar pronta, o que garante agilidade ao supermercado para se adaptar à concorrência
A demanda por esse tipo de software é tão alta que a equipe técnica da Sofhar que revende o Sharepoint, o software de gestão de conteúdo da Microsoft, triplicou de tamanho nos últimos oito meses, de acordo com Leandro Linhares, gerente de projetos da Sofhar. "A automatização de processos é um dos grandes ganhos com o uso do software", diz ele. "Todos os processos internos da empresa estão listados nesse portal. Digamos que eu faça uma visita a um cliente, e quero pedir reembolso do combustível utilizado na viagem. Quando eu procurar no sistema a maneira de fazer isso, ele já vai me oferecer a opção para preencher o formúlario. Uma vez completado, o formulário segue diretamentes para as pessoas responsáveis pelo reembolso."
Na ID Next, empresa de gestão de ativos digitais recém-criada em Curitiba (leia mais ao lado), o software comercalizado é o mesmo utilizado pela Wikipedia. A empresa possui uma equipe de biblioteconomistas e outros profissionais que auxiliam os clientes na formatação e manutenção do banco de dados. De acordo com Fabiano Fernandes, CEO da ID Next, há planos começando a R$ 100 ao mês, o que garante que pequenas e médias empresas também podem ter acesso ao software. "A ideia é facilitar a informação dentro da empresa. Pense num escritório de advocacia: a quantidade de documentos que eles geram e o quanto podem economizar se tiverem tudo catalogado na web, para fácil acesso onde quer que estejam seus funcionários", diz Fernandes.
A Oracle, empresa que também atua no mercado de softwares de gestão de conteúdo, com o Enterprise Content Management (EMC), diz que o processo de implementação de seus programas duram detrês semanas a dois meses. "A ideia é começar com um projeto relativamente pequeno, mas de alto impacto e visibilidade para a empresa, para que ela perceba que a gestão de conteúdo pode fazer a diferença", diz Denis Abrantes, gerente de produto sênior da Oracle. Ele cita a produtividade e o corte de gastos com papéis como grandes vantagens do software, citando o caso de uma empresa paulista que descobriu que cada documento gerado era fotocopiado 17 vezes por diferentes setores. "Em alguns casos o retorno de investimento se dá em dois meses", garante.
Os pacotes da Microsoft começam a US$ 6 ao mês por funcionário, com o Office 365, plataforma de produtidade na nuvem e comunicação unificada. A empresa também trabalha com o Sharepoint, uma grande estrutura que basicamente tornou-se sinônimo de intranet para as empresas que a utilizam. "É quase como um portal que conecta todos os departamentos, tornando a comunicação muito mais eficiente", diz Eduardo Campos, gerente geral de Office da Microsoft.
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