O consultor Max Gehringer ensina que paciência é uma característica profissional que nem sempre pende para o lado positivo e refere-se a várias situações da vida empresarial em que a paciência acarreta perdas diversas: de tempo, de dinheiro, de resultados.Isso faz lembrar um ditado banal, mas sempre verdadeiro, neste dias mais do que nunca: "Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje".

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Os fazedores resolvem na hora, ou seja, pede-se qualquer coisa e já estão agindo. Intempestivamente? Nunca. Apenas fazem. Ou apenas começam a fazer. Isso se traduz em imperfeições, decisões precipitadas, inconsistência, falhas, imaturidade, ausência de argumentos? De maneira nenhuma.

A diferença é que esses que começam, acabam. Outros, sob a égide da dúvida, pensam tanto que sequer começam; e nunca fazem acontecer. Ou estudam e estudam, fazem relatórios, planilhas, cálculos etc. que quando levam à chefia "o estudo" perdeu-se o prazo, o tempo, a oportunidade.

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Quando Max Gehringer fala sobre a paciência, coloca essa suposta "qualidade" como ponto profissional negativo mais do que o contrário. Concordo com ele sem, no entanto, defender a impaciência, algo que nem ele faz. As situações empresariais não toleram perda de tempo, morosidade, excesso de calma. Um profissional pronto para o cargo, com as competências exigidas para a função que ocupa, deve ter capacidade para tomar decisões de modo ágil quando tem em suas mãos fatos e argumentos que lhe instrumentam a lógica do raciocínio.

Mas, o curioso é que estas questões não acontecem no âmbito mais estratégico. Esse sim demanda maior análise. Refiro-me, sobretudo, ao cotidiano da empresa, àquelas pequenas situações do dia-a-dia que exigem resposta rápida. Precisa-se dar retorno a um cliente; a gerência pede ao supervisor que o faça. Três dias depois o cliente comunica cancelamento de contrato porque não teve resposta e está cansado de correr atrás, quando ele quer comprar! O supervisor ligou uma vez, estava ocupado, ele "ia ligar de novo", só que se passaram três dias! A funcionária tem que alimentar o sistema com dados financeiros, mas encontra-se atarefada por outros desafios e não o faz; também não comunica chefia de suas atividades fora de prazos. Com isso causa um impacto no contas a receber.

O mercado é nervoso, ágil, impaciente. E avança em constante mutação em velocidade. O cliente é "pajeado, mimado, amado" pela concorrência que vai buscá-lo em casa. Como não se preparar para "correr atrás?" Como não desenvolver habilidades profissionais para dar respostas rápidas e preparar equipes para soluções eficazes?

A experiência evidencia que pessoas que conjugam o verbo no tempo futuro, do tipo, "eu vou fazer", esquece! "Eu vou..." é vago, lento, desconhecido..."Para quando você precisa?" é a linguagem dos profissionais que fazem acontecer.

Maria Christina de Andrade Vieira, empresária e escritora, autora de Herança (Ed.Senac-SP), Cotidiano e Ética: crônicas da vida empresarial (ed. Senac-SP).chris@onda.com.br www.andradevieira.com.br

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