O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, afirmou nesta sexta-feira, em São Paulo, que país tem uma situação confortável para 2006, ao se referir a futuras captações no mercado externo. Ele voltou a afirmar que, até o final de 2006, o Brasil quitará suas dívidas com o Clube de Paris.

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- Nos próximos dois anos, dos US$ 9 bilhões que temos de captar, já fizemos US$ 3 bilhões. Estamos confortáveis. Ano que vem acaba a dívida com o Clube de Paris. A gente também tem em caixa uma parte do serviço da dívida - afirmou Levy, que durante a manhã participou de encontro organizado pela Associação Nacional das Instituições de Mercado Financeiro.

O secretário disse ainda que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre, que registrou queda de 1,2%, foi uma acomodação natural. Para ele, o resultado também refletiu o PIB trimestral da agricultura.

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- O resultado foi uma acomodação que já vinha sendo observada. Ele refletiu também um fenômeno específico: o PIB trimestral da agricultura, que tem particularidades muito próprias - afirmou Levy, acrescentando que o impacto da elevação dos juros sobre o PIB brasileiro não foi forte nem abriu um período de recessão.

Sobre um possível erro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no cálculo do PIB, conforme foi citado pela imprensa, o secretário afirma que o resultado é revisado sistematicamente.

- Se vai para cima ou para baixo, eu não sei. Não tenho qualquer inclinação por uma direção - afirmou Levy.

O secretário ainda negou que a política monetária, que promoveu a valorização do real frente ao dólar, tenha prejudicado as exportações.

- Não há discussão sobre política monetária que não olhe a política fiscal. Para quem acha que o câmbio está alto, gastar mais não é a solução. Ao contrário, seria gastar menos para ajudar os exportadores. A médio prazo, a disciplina fiscal tem um efeito positivo na oferta, porque aumenta o investimento e a confiança, quer por diminuir o risco da crise na dívida pública quer por ajustar alguns preços que têm impacto nas exportações. Um plano fiscal de médio prazo que evite o aumento desordenado das despesas correntes é extremamente favorável ao exportador - afirmou.

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