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Palocci acalma mercado e dólar abre em queda significativa

O dólar comercial já começou o dia devolvendo parte das perdas exageradas de sexta-feira, quando o ministro Antonio Palocci foi acusado de recebimento de propina na época em que era prefeito de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. A moeda americana abriu nesta segunda-feira em forte queda de 1,71%, a R$ 2,406 na compra e R$ 2,408 na venda. No mercado futuro, para liquidação em setembro, o dólar tinha há pouco redução de 1,70%, a R$ 2,422 na venda.

O pronunciamento do ministro neste domingo, respondendo às acusações do advogado Rogério Buratti, foi bem recebido pelos analistas e deve trazer tranqüilidade ao mercado financeiro hoje. Palocci, que chegou a colocar o cargo à disposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que a atual política econômica continuaria, mesmo que ele deixasse o ministério. Para alguns analistas, Palocci foi contundente e muito franco.

Na sexta-feira aconteceu o que o mercado financeiro mais temia. Uma denúncia de propina envolvendo o ministro da Fazenda trouxe grande nervosismo aos investidores e levou o dólar a fechar em alta de 2,94%, cotado a R$ 2,448 na compra e R$ 2,450 na venda. Foi a maior alta diária desde o final de maio de 2004. No acumulado da semana, a valorização do dólar chegou a 3,20%. O risco-país brasileiro fechou em 419 pontos centesimais, com alta de 3,46%.

Nesta segunda-feira, além da repercussão da entrevista de mais de duas horas de Palocci, o mercado repercute o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central. Mais uma vez, o mercado reduziu sua projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2005. A previsão para este ano caiu de 5,40% para 5,34%, aproximando ainda mais a média das previsões do centro da meta ajustada estabelecida pelo Banco Central, de 5,1%. Para 2006, o mercado prevê um IPCA de 4,96%, contra 4,98% da semana anterior.

Na próxima quinta-feira será divulgada a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na semana passada, o BC manteve, pela terceira vez consecutiva, a Selic. A taxa básica de juro permanece em 19,75% ao ano, pelo menos até a próxima reunião de setembro.

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